ONU pede ‘investigações rápidas’ após repercussão internacional de ação policial no Rio de Janeiro

Jornais e portais de notícias da França repercutiram na manhã desta quarta-feira (29) a grande operação policial contra narcotraficantes realizada no Rio de Janeiro na terça-feira (28). A imprensa francesa fala em "cenas de guerra" e destaca os mais de 60 mortos, incluindo quatro policiais. O posicionamento da ONU, que se declarou ‘horrorizada’ pela ‘ação letal’, também foi comentado.

Por RFI

Le Figaro explica que a eficácia dessas operações policiais de grande porte no Rio de Janeiro é frequentemente contestada. No entanto, elas são comuns na cidade que é o “principal destino turístico do Brasil”, ressalta o jornal.

O diário destaca a fala do governador do estado, Cláudio Castro, que descreveu a ação policial como a “maior da história” do Rio. Helicópteros, dezenas de blindados e 2.500 agentes foram mobilizados, transformando a cidade maravilhosa em um “cenário de filme de guerra”.

O governo do Rio anunciou a prisão de “81 criminosos”, além da apreensão de 100 fuzis e grande quantidade de drogas.

Le Monde também menciona “cenas de guerra” ao relatar a operação “a mais letal da história dessa grande cidade do sudeste do país”. O jornal informa que os policiais atuaram em favelas do Rio de Janeiro para conter a expansão territorial de um dos principais grupos de narcotraficantes do Brasil, o Comando Vermelho.

O site do periódico enfatizou ainda a dimensão e a violência da ação da polícia carioca, que causou impacto até no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Na rede social X, a agência da ONU disse estar “horrorizada” e pediu “investigações rápidas” sobre cada uma das 64 mortes.

Vários ministros do governo federal se reuniram em Brasília para avaliar a situação e decidiram enviar uma delegação ao Rio para uma “reunião de emergência” nesta quarta-feira.

Até então, a operação policial mais letal do Rio havia ocorrido durante a pandemia de Covid-19, em 2021, quando 28 pessoas foram mortas em um único dia na favela do Jacarezinho.

RFI com AFP

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