Novo procurador-geral da República toma posse e diz que não busca holofotes

O novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou nesta segunda-feira (18), ao tomar posse no cargo, que o Ministério Público é “corresponsável” pela preservação da democracia no país.

 

Gonet também defendeu que a PGR não busca “palco nem holofotes” e deve agir de forma unida para evitar “cacofonia institucional” – ambos, recados ligados à divisão interna aberta no Ministério Público a partir da operação Lava Jato (veja mais detalhes abaixo).

 

“Temos um passado a resgatar, um presente a nos dedicar e um futuro a preparar. O Ministério Público vive um momento crucial na cronologia da nossa República democrática. O instante é de reviver na instituição os altos valores constitucionais que inspiraram a sua concepção única na história e no direito comparado”, afirmou Gonet.

“O Constituinte de 1988 nos situou como corresponsáveis pela preservação e fomento dos direitos fundamentais individuais e coletivos, dos direitos sociais, das liberdades públicas, da peleja em prol da igualdade e do progresso econômico ecologicamente sustentado. Somos corresponsáveis pela preservação da democracia […]”, prosseguiu.

O novo chefe do Ministério Público Federal tratou também, no discurso, de uma necessidade de “resgatar” o papel da instituição – que, segundo ele, não é o de formular políticas públicas, mas de garantir que os poderes eleitos efetivem essas políticas.

inabaláveis diante dos ataques dos interesses contrariados e constantes diante da efervescência das opiniões ligeiras. Devemos sobretudo ter a audácia de sermos bons, justos e corretos”, disse ainda.

O que esperar da gestão

Indicado pelo presidente Lula, Gonet passou por sabatina no Senado e foi aprovado no plenário da Casa na semana passada.

 

A indicação dele teve apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes – de quem já foi sócio em uma instituição de ensino – e Alexandre de Moraes, com quem atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

De acordo com o blog do Valdo Cruz, além da pacificação entre “lavajatistas” e “antilavajatistas”, Paulo Gonet Ele quer virar a página da gestão Aras, que criou atrito com os procuradores da Lava Jato e foi acusado de leniência com o governo Jair Bolsonaro.

Gonet, assim como Aras, não é favorável aos métodos da Lava Jato, mas buscará a conciliação do Ministério Público. Ele é visto como um legalista (termo para designar quem defende a execução literal e ortodoxa dos procedimentos jurídicos).

 

Na avaliação de integrantes da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), o novo procurador-geral vai trabalhar para unificar a categoria, o que é visto como essencial para fortalecer e melhorar a imagem do Ministério Público da União.

O que o procurador-geral faz?

No comando do Ministério Público, o procurador-geral da República tem atuação fundamental no sistema de Justiça brasileiro — nas áreas constitucional, penal e cível, por exemplo.

 

Entre as atividades do PGR, está a de questionar a validade de leis diante da Constituição — participando de ações apresentadas ao Supremo ou até mesmo propondo pedidos de invalidação de normas.

 

O chefe do MP também atua em investigações e processos criminais que estão sob a supervisão do STF – as que envolvem, por exemplo, autoridades com foro privilegiado.

 

Nestes casos, pode propor apurações, diligências, produção de provas e concluir pela condenação ou absolvição de acusados. Sua participação nos casos é prevista pela Constituição para garantir o respeito aos direitos fundamentais.

 

 

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