Eleições gerais ainda este ano?
Há dois anos o Brasil vê no noticiário os nomes Lava-Jato e Petrobrás. O que foi feito no outrora maior orgulho nacional serviu para desgastar não somente a imagem do Partido dos Trabalhadores, partido que governa o Brasil há quase 14 anos, mas jogou na vala comum toda classe política brasileira. O PT acusa golpe, mas a crise que o País vive hoje é consequência das descobertas da operação comandada pelo juiz Sério Moro, que leva o nome Lava-Jato.
A lista de partidos e políticos levados ao olho do furacão é enorme. Quase todos os partidos aparecem nas planilhas das maiores empreiteiras do Brasil, mesmo não se sabendo ainda se são recursos ilegais ou não. A Justiça já conseguiu provar que muitas das “doações legais” são ilegais. Propinas!
Pesquisa IBOPE divulgada essa semana indica que 62% dos brasileiros querem novas eleições gerais; apenas 25% querem que Dilma fique à frente da Presidência; somente 8% defende que Michel Temer assuma. A pesquisa também mostra grande rejeição aos nomes mais conhecidos nacionalmente.
Lula tinha 58% de potencial de voto em 2014, hoje tem 31%; Aécio tinha 51% de potencial de voto em 2014, hoje tem 32%; Geraldo Alckmin tinha 29% e hoje tem 24%; José Serra tinha 32% e hoje tem 28%; Marina Silva chegou a 56% e hoje tem 39%; Jair Bolsonaro e Ciro Gomes tem 11% e 19% respectivamente.
“Potencial de voto” não é intenção de voto. O eleitor é indagado sobre um determinado nome e a resposta pode ser “votaria com certeza”, “poderia votar”, “não votaria”, “não votaria de jeito nenhum” e “não conheço”. O potencial de voto é a soma do “votaria com certeza” e “poderia votar”.
Na iminência de ser afastada da Presidência da República, a presidenta Dilma e seus conselheiros começam a ventilar a possibilidade de apoiar a realização de novas eleições sob o pretexto de que o vice-presidente Michel Temer não teria legitimidade para assumir o comando do País.
Na semana passada senadores do PSB, Rede, PT e PPS apresentaram uma Proposta de Emenda à Constituição sugerindo eleições para presidente junto com a eleição de prefeitos e vereadores neste ano. Se todos estão comprometidos pela Lava-Jato, por que não fazer novas eleições gerais, incluindo deputados e senadores?
Fato é que a classe política enfrenta um desgaste enorme e há um vácuo nas disputas eleitorais este ano e azarões podem surgir. Mossoró viveu algo parecido há pouco tempo, o Brasil viu Collor eleger-se presidente e a Itália viu Berlusconi chegar à Presidência. O eleitor precisa estar atendo. Não pode se dar ao luxo de errar.