“Nossas maiores dificuldades são a falta de pessoal e as leis benevolentes”, afirma comandante da Polícia Militar

Nesta quinta-feira, 25 de agosto, Dia do Soldado, nós do jornal O Mossoroense conversamos com o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Major Maximiliano Bezerra Fernandes, sobre os principais problemas enfrentados pelos profissionais de Segurança Pública e ainda sobre a crescente violência que tem assolado Mossoró e o Brasil.

“Nossas maiores dificuldades são, além da falta de recursos humanos, as leis benevolentes. Se formos analisar, vemos que muitas das pessoas que são presas cometendo crimes já passaram pelo sistema prisional, mas acabam soltas pouco tempo depois”, afirma.

Sobre o crescimento da violência no Brasil, em especial na região Nordeste, o Major conta que é preciso que a sociedade analise diferentes fatores que contribuem para o aumento da criminalidade. Ele explica que, embora necessário, apenas reforço no policiamento não resolve os problemas na Segurança.

“É preciso entender que a Segurança Pública tem vários tentáculos e passa também pela família, pela educação, legislação e sociedade, não só pela polícia. Hoje, infelizmente, temos muitas famílias desestruturadas, sérios problemas na educação, somados a um crescimento no consumo de drogas. Diante deste quadro, se fazem urgentes o planejamento de ações que fomentem o debate e diminuam a desigualdade social, por exemplo”, declara.

O Major destaca que o índice de reincidência de crimes no país e muito alto e que os policiais militares enfrentam ainda a falta de reconhecimento tanto da sociedade quanto do Poder Público.

“Diante de todos esses problemas, é urgente uma discussão mais ampla, de todos os setores da sociedade, em torno da Segurança Pública. Aumentar os recursos humanos, melhorar a estrutura e dar o reconhecimento à Polícia Militar, sem esquecer de agir para melhorar as Leis a fim de evitar que criminosos voltem às ruas após pouco tempo presos e que, passando pelas unidades prisionais, eles possam ser reintegrados à sociedade e não voltar para o crime”, conclui Major Maximiliano.