Movimentos discutem na Assembleia Legislativa como frear violência contra mulher

O avanço da violência contra a mulher negra e os mecanismos que podem ser criados para frear esse cenário foram tema de audiência pública na Assembleia Legislativa na tarde desta quinta-feira (24). Em debate proposto pelo deputado Fernando Mineiro (PT), movimentos ligados à causa negra manifestaram preocupação com a situação atual.

“As estatística têm revelado o crescimento dos números e precisamos discutir esse assunto. Se por um lado o feminicídio em si já é preocupante, quando olhamos para o quadro de assassinatos de mulheres negras nos surpreendemos ao ver que elas são a maioria das assassinadas”, destacou o parlamentar.

Para a deputada Cristiane Dantas (PCdoB), a discussão é oportuna no momento em que a agenda interncional dos movimentos sociais focam também na questão. “São muitas barreiras que tentamos transpor. Esse mês de novembro é muito importante, pois, nele, temos o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. E, amanhã, é Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher”.

Representante da Organização das Mulheres Negras do RN, Elizabeth Lima destacou que a falta de políticas que compensem a histórica injustiça praticada com a comunidade negra favorece o cenário atual.

“Não somos uma categoria de segundo valor, somos protagonistas de nossa história. Para continuar a luta, respeitamos a história de nossos ancestrais. Não tem preço. Queremos uma reparação através de políticas públicas e ações alternativas efetivas. Tivemos 67 mulheres negras assassinadas neste ano no Estado de um total de 95. Não dá para ficar calada. Queremos respostas”, cobrou a militante.

Coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do RN, Mary Regina destacou o papel do Poder Legislativo nessa luta. Ela lembrou que há projetos que discutem o tema em tramitação na Assembleia Legislativa e destacou a criação de um centro de referência.

“Eu queria pedir o apoio do senhor, deputado, para projetos que estão para chegar. Estamos tentando o Centro de Referência de Combate ao Racismo. O centro já faz o seu encaminhamento imediato. É como se fosse um local de triagem para os casos mais graves já serem encaminhados”, pediu Regina.