Manifestações contra Bolsonaro reúnem milhares de pessoas em várias cidades

Milhares de mulheres e homens se manifestaram neste sábado em diferentes cidades – e também países – contra o candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenções de voto.

Com o lema “Ele não”, os protestos, convocados através das redes sociais, canalizaram a crescente insatisfação de parte da população com o político, embora também tenham ocorrido atos de apoio ao candidato. Uma das maiores concentrações contra Bolsonaro aconteceu em São Paulo.

“Estou aqui por um bem maior, contra um candidato totalmente homofóbico, fascista, racista”, afirmou à Agência Efe Camila Palmeira.

O objetivo dos protestos é tentar impedir uma vitória do candidato da extrema-direita, que tem 28% de intenções de voto, segundo pesquisa divulga nesta sexta pelo instituto Datafolha, mas também uma elevada rejeição entre os eleitores.

“Como advogada, vi um retrocesso na democracia brasileira, e esta manifestação é um espaço para afirmar que o povo brasileiro não vai aceitar um retrocesso nas libertadas democráticas no nosso país, que foram muito caras, muitos foram presos e outros ainda estão desaparecidos”, afirmou à Efe Ana Luzia Marchiori.

Já para Thiago Ribeiro Riveira, os brasileiros na manifestação têm por uma causa comum: não permitir uma vitória de Bolsonaro.

“Acho que ele representa uma ameaça para a nossa democracia. Estamos em um momento muito delicado e precisamos nos unir. A sociedade brasileira é diversa e estamos todos unidos contra a mesma causa, contra esse candidato que ameaça vários valores que demoramos anos para construir”, explicou ele à Efe.

Durante a manifestação em rejeição a Bolsonaro, apoiadores do candidato também organizaram atos em diversas cidades para mostrar apoio ao capitão da reserva, que nas últimas semanas moderou seu discurso e afirmou que suas polêmicas declarações foram mal interpretadas.

O candidato chegou hoje ao Rio de Janeiro. Ele passou 23 dias internado, depois de ser atingido por uma facada no abdômen durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O candidato vai concluir a recuperação em casa e avaliará a sua participação no último debate na TV, antes das eleições de 7 de outubro, na próxima quinta-feira, na Rede Globo.

Agência EFE