Uma nova política?

Os congressistas que assumiram ontem tentam passar a ideia de que mudarão o modo de se fazer política no país. Na Câmara dos Deputados, 243 das 513 cadeiras estão ocupadas por parlamentares que ocupam o cargo de deputado federal pela primeira vez. Houve taxa de renovação de 47,4%, a maior desde 1998.

No Senado a mudança é ainda mais expressiva. Das 54 vagas disputadas no ano passado, 46 foram conquistadas por novos nomes, uma renovação de 85%, fazendo dos novatos a maioria da Alta Câmara.

No Rio Grande do Norte, a renovação foi de 100%, com as derrotas de Garibaldi Filho e desistência de José Agripino em concorrer à reeleição. Outra vaga surgiu com a renúncia da senadora Fátima Bezerra, eleita governadora do Rio Grande do Norte. o que dá aos novatos a maioria na Casa, composta por 81 senadores – é a maior desde a redemocratização.

Grande parte dos legisladores foi eleita na esteira do sentimento de revolta do eleitor com todos que o representavam no Congresso, considerados defensores da “velha política”, alicerçada na corrupção, compadrio e patrimonialismo.

A verdade é que o brasileiro desejou algo novo na política e conseguiu esse objetivo por meio do voto livre. Os eleitos para a atual legislatura têm responsabilidade maior em relação ao que significará a nova política.

E, fica a interrogação; existirá realmente uma “nova política”? Ou tudo voltará a ser como antes, dentro de pouco tempo do exercício dos “novos” mandatos.

Laíre Rosado é médico, formado pela UFRN em 1969
Laíre Rosado é médico, formado pela UFRN em 1969