LAÍRE ROSADO: Sinceridade do presidente Bolsonaro

O brasileiro é um povo de boa fé. Basta ver as declarações, nos mais diversos setores da vida nacional, concedendo crédito de confiança ao presidente Jair Bolsonaro. Reação em contrário só foram registradas entre os seguidores mais fanáticos do presidente da República que apostam no quanto pior melhor.

Está claro que o presidente vinha apostando no caos. A mobilização no 7 de setembro, patrocinada por simpatizantes do seu governo, não obteve o resultado desejado. Diante dessa realidade, Bolsonaro mudou imediatamente de tática, procurando auxílio entre políticos mais experientes e moderados, como o ex-presidente Michel Temer.

Temer disse acreditar em Bolsonaro, julgando o documento por ele assinado como aval para suas declarações. O ministro Gilmar Mendes, do STF, disse ser preciso acreditar na boa fé do presidente como também os presidentes da Câmara, Arthur Lira e do Senado, Rodrigo Pacheco.

Pode-se admitir que as declarações de apoio sejam mais para efeito político. Todos estão muito  desconfiados. Afinal de contas, Bolsonaro é Bolsonaro. Mas, um governante sabe que só consegue reeleição se a economia estiver bem, refletindo no bem estar da população. Não é o que acontece no Brasil.

Dados do IBGE, mostram queda do PIB de 0,1%, depois de crescimento durante os últimos nove meses. Investidores, empresários e executivos estão incomodados com as incertezas do mercado financeiro. Menos investimentos significam menos empregos. No primeiro trimestre, houve a forte baixa de 3,6% nesse setor.

O agravamento da crise hídrica é preocupante, resultando no aumento do preço da energia. O preço do petróleo e dos alimentos incomoda os brasileiros. Houve aumento de 2,1% de empregos com carteira assinada no setor privado, mas o Brasil convive com 14,4 milhões de desempregados, ou seja, 14,1% dos habitantes, onde mais da metade em idade para trabalhar está desempregada.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara Arthur Lira têm alertado Bolsonaro de que a economia deveria ser sua prioridade. Será que, finalmente, o presidente acordou para essa realidade? Só o tempo dará essa resposta.

 

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