LAÍRE ROSADO: Ser ou Estar Ministro

SER OU ESTAR MINISTRO

O ministro da Educação, Ricardo Vélez, participa de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

Eduardo Mattos Portella era um intelectual na verdadeira acepção da palavra. Baiano de nascimento, foi crítico, professor, escritor, pesquisador, conferencista, pensador, advogado, político e membro da Academia Brasileira de Letras.

Em atividades políticas, pertenceu ao gabinete do presidente Juscelino Kubitscheck entre 1956 e 1961. Foi ministro da Educação no governo militar de João Batista Figueiredo, de 15/03/79 a 26/11/80.

Apesar de ministro de Figueiredo, combatia a censura e apoiou a primeira Greve Nacional dos Professores das Universidades Federais, em 1980. Após declarar esse apoio, foi procurado pela imprensa que o questionou sobre o fato de ser ministro da Educação e apoiar a greve. Sua resposta, hoje, seria viralizada nas redes sociais: “estou ministro. Não sou ministro.” É claro, foi demitido pelo presidente.

O atual ministro da Educação, Ricardo Vélez não tem a grandeza de Portella. Em várias ocasiões o presidente Bolsonaro declarou que o ministro não tem mostrado competência administrativa. Sem comunicar ao ministro fez mudanças em cargos importantes do ministério. Entretanto, o ministro colombiano declarou, esta manhã, que não conversou com Bolsonaro e que não irá deixar o comando do MEC.

Na verdade, apesar da insistência em permanecer no cargo, Ricardo Vélez “está ministro. Não é mais ministro”.