LAIRE ROSADO: Hugo Motta, um discurso enigmático

O discurso do deputado Hugo Motta, após proclamada sua vitória como presidente da Câmara dos Deputados, foi uma peça à parte. Durante 20 minutos de leitura, o novo presidente da Câmara fez veemente defesa da democracia, das emendas impositivas de congressistas e da separação entre os Três Poderes.
De maneira estudada, deu um impacto maior ao pronunciamento ao encerrá-lo com a frase “Ainda Estou Aqui”, nome do filme indicado ao Oscar, que conta a história de Eunice Paiva, mulher de Rubens Paiva, deputado cassado e morto pela ditadura. Citou Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, por 14 vezes e a palavra democracia, 28 vezes, ressaltando a frase “Tenho nojo à ditadura”.
Recebendo o apoio antecipado de 18 partidos a sua candidatura, Hugo Motta pôde se dedicar confortavelmente ao futuro discurso. Com mais de dois meses de antecedência, escolheu os temas principais, analisou os efeitos políticos em todos os segmentos, fez os ajustes necessários, e ainda treinou sua leitura com a ênfase necessária para a ocasião.
O discurso do deputado Motta deve ser analisado como um documento importante, com recados de alerta a todos que militam na política nacional. A partir de amanhã, primeiro dia útil da nova gestão na Câmara dos Deputados, esses recados começarão a ser interpretados e, quem sabe, o Brasil poderá estar entrando em uma nova fase de entendimento entre os Três Poderes, os verdadeiros sustentáculos da Democracia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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