LAÍRE ROSADO : Botaram o bode na sala

O PSDB nacional enfrenta uma crise sem precedentes, chegando a ter uma bancada de 16 senadores, estava representada por apenas um parlamentar. A crise foi agravada em 2023 após o partido sofrer três desfiliações: Mara Gabrilli foi para o PSD de São Paulo; Alessandro Vieira trocou os tucanos pelo MDB de Sergipe; e Izalci Lucas optou por rumar ao PL do Distrito Federal. No Senado, o amazonense Plínio Valério foi o único a se manter filiado ao partido.
No Senado, o partido estava sem direito a liderança. Com a vinda dos senadores Styvenson Valentim (RN) e Oriosto Magalhães (PR), que trocaram o Podemos pelo PSDB, os tucanos voltam a ter direito a liderança que, no momento, será exercida pelo senador Oriovisto Guimarães.
Na Legislatura anterior, o senador Styvenson ocupava a 4ª Secretaria, por indicação do seu partido. Ao ser informado que não seria reconduzido ao cargo em virtude do rodízio natural existente entre os parlamentares, decidiu romper e trocar de legenda. No Senado, pelo fato da eleição ser majoritária, o mandato pertence ao parlamentar e não ao partido. No PSDB, Styvenson foi indicado pelo PSDB para ocupar cargo de suplente na Mesa Diretora.
A filiação de Styvenson traz repercussões na política potiguar. A presidência estadual do partido está com o deputado Ezequiel Ferreira de Souza, que apoia a governadora Fátima Bezerra. Por conta da surpresa provocada, e os boatos da dissolução do diretório, o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, veio a Natal para afirmar que não haverá essa intervenção. O deputado Ezequiel poderá permanecer na presidência, até o final do seu mandato.
Por mais que Ezequiel e Styvenson anunciem um encontro para que as arestas sejam aparadas, dificilmente os dois estarão unidos nas eleições de 2026. O senador é enfático em afirmar que, “aqui em Brasília está tudo resolvido, a bancada do PSDB. Aí no Estado a gente ainda vai resolver a situação. A única coisa que eu vou dizer é que eu não participo do governo de Fátima. Não sou base do governo Fátima, nem vou ficar no partido que é do governo Fátima”, pontuou Styvenson em sua fala.”
A pergunta principal é a afirmação de Styvenson de que não “vou ficar no partido que é do governo Fátima”. Como Ezequiel não vai romper com a governadora Fátima, como será o futuro do PSDB no Rio Grande do Norte. Em muito pouco tempo, tudo isso estará bem definido. Por ora, “botaram o bode na sala”.