LAIRE ROSADO: Bolsonaro no FEBEAPA

BOLSONARO NO FEBEAPA

Depois de ser crítico de cinema, jazz e música popular, Sérgio Porto virou Stanislaw Ponte Preta, heterônimo usado por cinco anos no jornal Última Hora. Possuía um humor inteligente, ironia aguçada, e abordava acontecimentos de forma generalizada, não fazendo distinção entre esquerda e direita, religião e materialismo, política e sociedade.

As crônicas de Stanislaw iam sendo publicadas e agradando cada vez mais aos seus leitores. A primeira coletânea reunindo seus artigos foi publicada e mais duas edições seguintes se esgotaram rapidamente.

Eram tantos os registros que, nesse período Tristão de Ataíde, o mesmo Alceu de Amoroso Lima, declarou numa conferência: “A maior inflação nacional é de estupidez”.

Se Stanislaw Ponte Preta fosse vivo e mantivesse a coluna registrando esses absurdos, o Festival de Besteiras, teria subsídios para mais volumes, graças à incontinência verbal do presidente Bolsonaro. Já pensou ouvir “quem tomar vacina contra covid vai virar jacaré?” Ou que existe uma correlação entre a vacina da covid-19 com a transmissão da AIDs?

E o presidente não para; sobre crescimento econômico sem prejudicar o meio ambiente: “É só você comer menos um pouquinho. Você vai fazer menos cocô. Somente dia sim, dia não e isso melhoraria bastante a nossa vida também.”

Vale lembrarr a postagem que fez, em uma 3ª feira do carnaval, onde dois homens dançando, um deles urinando sobre o outro (Golden shower). Poderia ser uma postagem que não chamasse atenção, se não fosse a divulgação feita pelo presidente da República.

“Trabalho infantil não prejudica nada.” Não atrapalha a vida de ninguém. Agora, quando a criança passa com um paralelepípedo de crack ninguém fala nada.

Já pensou um presidente da República declarar que falar em passar fome no Brasil é uma grande mentira, em resposta a um jornalista que perguntou sobre a preocupação do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia que declarou estar inquieto com a fome no país?

Defendendo a indicação do filho Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil nos Estados Unidos: “É filho meu e eu pretendo beneficiar o meu filho. Se eu puder dar um filet mignon ao meu filho eu vou dar”.

Com certeza, Sérgio Porto, o Stanislaw Ponto Preta, teria condições de dobrar o número de edições dos seus livros, todos sobre o Festival de Besteira que assola o País.

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