LAÍRE ROSADO: Avaliação pós renúncia de Moro

O presidente Bolsonaro tem governado sob constante pressão, situação provocada por ele mesmo e por três dos seus filhos mais velhos. Apesar de tudo, procura mostrar domínio da situação, por mais grave que ela se apresente.

Recentemente, demitiu dois dos seus ministros mais populares, Luiz Henrique Mandetta, da Saúde e Sérgio Moro, da Justiça. No último final de semana a relação com seu ministro da Economia ficou deteriorada, ao ponto de tomar conhecimento de ameaça de renúncia de toda equipe chefiada pelo ministro Paulo Guedes.

Na manhã de hoje, concedeu entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, onde, ao que parece, o principal objetivo foi prestigiar Paulo Guedes. Declarou textualmente que, na economia, quem manda é o ministro Guedes, que agradeceu a confiança do presidente. Depois do encontro com a imprensa, ficou bem claro que Guedes volta a ser o superministro.

O presidente Bolsonaro vem apresentando queda na aprovação do seu governo por conta do seu comportamento durante a crise do coronavírus e o baixo desempenho econômico do momento. Segundo pesquisa de fim de semana, a demissão de Sérgio Moro foi reprovada é reprovada por 64% dos entrevistados, enquanto 68% discordam da demissão do diretor geral da Polícia Federal Maurício Leite Valeixo, além de 72% dos entrevistados concordarem com as críticas feitas pelo ex-ministro Moro ao presidente no caso da tentativa de interferir politicamente em investigações da Polícia Federal.

O mais preocupante para o presidente Bolsonaro é que, pela primeira vez, a população começa a discutir sobre a possibilidade de impeachment para Bolsonaro, embora ainda seja prematura debater essa possibilidade.

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