Jovem fala da transformação de representar Mossoró em Feira de Empreendedorismo

Se a educação liberta o ser humano, a experiência pela qual passou o estudante Fábio Roberto Lira de Andrade, de 19 anos, confirma essa máxima. O jovem representou Mossoró na Feira Nacional de Empreendedorismo (FNE) do Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), em Londrina (PR), mês passado. A viagem mudou a vida dele.

O caso de Fábio dá importante lição aos jovens: de que a educação sempre vale à pena. Na Mossoró atual, com envolvimento da juventude no crime, a aventura dele é pedagógica porque reafirma o poder dos estudos para emancipação do indivíduo, e serve de exemplo para descrentes com a educação.

Tapioca

Fábio Andrade é um jovem tímido, aluno do curso de Auxiliar Administrativo do Cebrac, e adquiriu o direito de ir ao Paraná, quando sua equipe venceu a etapa de Mossoró da FNE, em outubro de 2016.

A feira premia, anualmente em todo o país, as melhores empresas fictícias, criadas pelos alunos do Cebrac. Fábio e colegas venceram com o projeto Recanto da Tapioca, inovando com aplicativo que permite ao cliente fazer pedido e pedir conta.

Porém, dias antes da viagem a Londrina, algo o deixou atônito. Soube que colegas e o professor não iriam, por motivos diversos. Não havia como substituí-los, comprar passagem a tempo. Tinha que ir só.

“Só havia viajado para Poço Branco e Serra do Mel, terra dos meus pais. Então, um desafio, mas não poderia perder essa oportunidade”, conta.

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Superação

Na viagem, viu um novo mundo se descortinar na sua frente. Tudo era novo. Novato em matéria de avião, viu-se só na balbúrdia do Aeroporto Internacional de Fortaleza.

“Tive que deixar a timidez de lado na marra, perguntando como despachava a bagagem, essas coisas”. A necessidade de ser comunicativo, segundo ele, foi o primeiro grande aprendizado.

Chegando a Londrina, um “detalhe”: embora representasse empresa de tapioca, não sabia prepará-la. Na equipe, era o criador do aplicativo, precisava de alguém que pusesse a mão na massa. Localizou, pela Internet, a única tapiocaria da cidade, e negociou com a proprietária, que se interessou.

“Nunca havia negociado na vida. Mas, consegui as tapiocas para o evento em troca de melhorar o Facebook da empresa, colocar o telefone da empresa no verso dos meus panfletos”, lembra, reconhecendo aí a segunda grande lição da viagem: a importância do despertar para oportunidades de negócio.

Resultado

No evento, no último dia 28, teve que montar sozinho seu estande, modesto diante de outros bem mais estruturados, sobretudo no quesito equipe. Dos 70 projetos participantes de todo o Brasil, o Recanto da Tapioca ficou em 19º.

Apesar do posto significativo diante das dificuldades, o resultado da competição ficou em segundo plano. Pois o prêmio mais valioso foi o aprendizado na viagem, proporcionado pela vivência através na educação, como estudante.

“A viagem me transformou. Agora, sei que consigo vencer minha timidez, me tornei uma pessoa mais sociável, amadureci como pessoa, criei mais responsabilidade, porque tive que me virar sozinho. Atribuo tudo isso à educação. Portanto, se você tem alguma aparente limitação, enfrente-a com garra, pois vai vencê-la”, ensina Fábio, que virou exemplo para todos na sua escola.