Joacir Rufino de Aquino & Maurício Miranda: Perfil dos eleitores do município de Assú em 2016

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acaba de divulgar as “Estatísticas Eleitorais 2016”. As referidas informações, disponíveis para consulta pública na rede mundial de computadores (internet), permitem identificar o quantitativo de eleitores de cada município brasileiro, bem como retratar algumas características das pessoas aptas a votarem nas eleições que ocorrerão no início do mês de outubro do corrente ano.

Em relação à Assú, oitavo município mais populoso do Rio Grande do Norte (RN), o levantamento do TSE identificou 40.798 eleitores. Tal contingente representa 1,7% do universo potiguar, que conta com 2.401.871 votantes (http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/estatisticas-eleitorais-2016/eleicoes-2016).

O eleitorado assuense é formado predominantemente por mulheres. Do total de registros, o público feminino representa a maioria, com 21.311 eleitoras cadastradas (52%), enquanto os eleitores homens com títulos identificados somam 19.487 (48% do total).

No que diz respeito à faixa etária, os dados compilados demonstram que os eleitores de Assú são majoritariamente jovens e pessoas abaixo dos 40 anos de idade. De cada 100 votantes da localidade, 17 têm entre 16 e 24 anos, 35 se encontram na faixa de 25 a 39 anos e 48 têm idade igual ou superior a 40 anos.

Já quanto ao nível educacional, os números oficiais publicados pelo TSE revelam uma realidade preocupante. Isso porque mais da metade do eleitorado assuense é analfabeto (10%), somente lê e escreve (15%) ou ainda não concluiu o ensino fundamental (26%). Por sua vez, apenas 4% estão cursando a graduação e 7% têm o ensino superior completo.

Nesse quesito, em particular, percebe-se que apesar dos esforços que têm sido feitos nos últimos anos no sentido de ampliar a quantidade vagas nas escolas, de se melhorar as condições do transporte escolar, do oferecimento de incentivos por meio de ajudas financeiras e da criação de vários programas de alfabetização de jovens e adultos, a situação ainda é bastante desalentadora.

As informações apresentadas possibilitam, assim, uma visão panorâmica do público das eleições no município em tela. Provavelmente, os candidatos a prefeito e vereadores antenados com realidade vão ajustar seus discursos e propostas de trabalho ao perfil de cada segmento demográfico com suas necessidades particulares.

Mas, além dos aspectos políticos mencionados, afloram outras questões relevantes. Entre elas, sem dúvida, fica patente que um dos maiores desafios do novo chefe do executivo municipal deverá ser a melhoria do precário quadro educacional vigente. Uma agenda progressista nessa área é estratégica para promover o desenvolvimento local. Afinal, a educação é um requisito essencial para garantir cidadania e ampliar as chances de inserção competitiva da população em idade ativa no mercado de trabalho.

* Joacir Rufino de Aquino & Maurício Miranda são Economistas e professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).