JBG, o novo livro de poemas de Victor H. Azevedo

Neste mês de julho de 2021, a Munganga Edições lança JBG, o novo livro de poemas de Victor H. Azevedo. Nesse livro, o poeta opera como uma espécie de detetive literário, nos trazendo —a partir de uma vasta pesquisa de mais de dois anos pelas hemerotecas Brasil afora — poemas construídos a partir de pistas encontradas nos jornais sobre José Bezerra Gomes (JBG) (1911-1982) — poeta, ficcionista e advogado nascido em Currais Novos/RN; além de ser uma das figuras mais sentimentais e curiosas da literatura produzida no Rio Grande do Norte.

José Bezerra Gomes foi relegado ao ostracismo, sendo o seu nome lembrado, quando muito, em raríssimas ocasiões em que soa oportuno reafirmar o caráter conciso de seus poemas (quase ultrapassando o limite da expressão) e a sua prosa agreste. Acometido precocemente por um mal da mente, JBG não conseguiu se tornar o escritor que seus trabalhos denunciavam que ele viria a ser. À margem da historiografia literária, José Bezerra Gomes é lembrado — pelos poucos que dele lembram — como alguém que poderia ter sido, mas que não foi; o que não minimiza os episódios instigantes de sua vida.

Em JBG, Victor H. Azevedo, além de poemas remixados e de uma série de apontamentos biográficos, feitos em uma saborosa prosa poética com um quê ensaístico, tece poemas que oferecem ao leitor retratos interessantíssimos (quando não peculiares) de JBG (o poeta): o de jovem comentarista político, o de militante na frente antifascista mineira (tendo Carlos Drummond e Oswald de Andrade como colegas de luta), o de perseguido pelo Estado Novo, o de resenhista interessado na literatura de sua aldeia, o de piadista, o de jogador num time de futebol que ganharia um prêmio pelo nome insólito “Morte Esporte Clube”, o polemista, o filho leal, o imortal de segunda divisão, o de oponente de Guimarães Rosa quando este disputou (e venceu) uma vaga na Academia Brasileira de Letras, entre outras facetas.

Por mais que pareça JBG não é uma biografia, tampouco um estudo crítico. É um livro que está mais para um ensaio poético que, ainda que fragmentário, mostra algumas das peripécias e sonhos do currais-novense que, segundo Francisco Magno de Araújo, foi, antes de tudo, um lírico.

 

Serviço:

 

Título: JBG

Autor: Victor H. Azevedo

Número de páginas: 120

Tamanho: 15 x 20 cm

Editora: Munganga Edições

Preço: R$ 20,00 (vinte reais)

Sobre Victor H. Azevedo:

Victor H. Azevedo nasceu em 1995, em Natal/RN. É escritor, tradutor, ilustrador, poeta e pesquisador. Jun­to de Ayrton Alves Badriah, coorde­na o projeto poesia subterrânea, cujo objetivo é garimpar velhos (e novos) autores não tão conhecidos do públi­co, entre outras cousas literárias. Pu­blicou Cachorro Morto (Munganga Edições, 2019), Correspondência In­vertebrada (Sol Negro Edições, 2021) e Nossa Senhora dos Alagados (Mun­ganga Edições, 2021).

Sobre José Bezerra Gomes:

José Bezerra Gomes nasceu no dia 9 de março de 1911, no Sítio Brejuí, Currais Novos (RN). Formou-se pela UFMG, em Ciências Jurídicas e Sociais. Publicou os livros: Os brutos (1938), Porque não se casa, doutor? (1944), A porta e o vento (1974), Antologia poética (1975), além de ensaios sobre a história de Currais Novos, Ferreira Itajubá e o teatro de João Redondo. Faleceu no dia 25 de maio de 1982, em Natal (RN).

 

Sobre a Munganga Edições:

Fundada em 2017, a Munganga Edições é uma microeditora independente situada no Nordeste brasileiro, na cidade de Natal/RN, que tem como proposta editorial (re)disponibilizar aos nossos leitores autores e livros pouco conhecidos.

Nosso carro-chefe é a publicação de poesia, principalmente de autores em domínio público, achados através do garimpo empreendido pelos seus editores. Assim, algumas de nossas publicações são traduções de autores publicados pela primeira vez em língua portuguesa, como Luís Omar Cáceres, Agustín Espinosa e José Luis Hidalgo.

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