Investimento Direto Estrangeiro no Brasil apresenta queda de 23%

Os fluxos de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) global cresceram 36% em 2015, alcançando os níveis mais altos desde a crise financeira, segundo relatório publicado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). O aumento dos índices foi relacionado a uma onda de fusões transnacionais e aquisições.

O último Monitor de Tendências do Investimento Global da ONU mostra que o investimento estrangeiro somou cerca de 1,7 trilhões de dólares e que o aumento do IDE em países desenvolvidos foi o principal fator por trás do pico inesperado: as nações mais ricas foram responsáveis por 55% dos ingressos dos IDE globais no último ano.

O IDE é o dinheiro vindo do exterior aplicado em uma estrutura produtiva de um país, seja pelo investimento em empresas existentes ou na criação de novas companhias.

Os fluxos caíram na África e na América Latina e Caribe – com exceção dos centros financeiros offshore – refletindo os preços em queda dos seus principais produtos de exportação de commodities. O IDE também está caindo nas economias em transição, reduzindo cerca de 54% em meio aos preços mais baixos das commodities e conflitos regionais.

O Brasil é o principal recipiente de IDEs na América Latina mas apresentou queda de 23%, somando 56 bilhões de dólares. A retirada de investimentos no país puxou a região para baixo, refletindo em uma queda de 60% na América Latina e Caribe.
O crescimento dos IDE foram atribuídos no estudo às aquisições e fusões transnacionais, que cresceram 61% no ano passado. Apenas contribuições limitadas por projetos de investimentos em novas instalações – finanças usadas para criar um negócio ou facilidade onde não existia nada antes – em bens produtivos foram registradas, com o valor total do investimento em novas instalações permanecendo no mesmo nível do que em 2014.

A UNCTAD prevê que, salvo em casos de outra onda de negócios de fusão e aquisições e reconfigurações corporativas, o fluxos do IDE apresentam tendência de cair em 2016, refletindo a fragilidade da economia global, a volatilidade financeira dos mercados, a fraca demanda agregada e a uma significativa desaceleração em algumas das grandes economias emergentes.

Segundo o relatório, riscos geopolíticos elevados e tensões regionais poderiam ampliar esses desafios econômicos, acrescentando ainda que o investimento estagnado em novas instalações e um total declínio no número de regiões em desenvolvimento sugere que a atual ascensão nos fluxos globais de IDE sejam potencialmente frágeis e expostos aos imprevistos do mercado de fusão e aquisições.

Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU).