Grampos telefônicos mostram articulação para desvio de recursos do Cidade Junina

A peça de investigação que embasou a “Operação Anarriê” conta com 56 páginas e em meio as argumentações apresentadas por três Promotorias de Justiça da Comarca de Mossoró, constam trechos de telefonemas mantidos entre os investigados, com destaque para o ex-secretário de Cultura, Gustavo Rosado e o empresário Tácio Gondim.

O Procedimento de Investigação Criminal (PIC), de caráter sigiloso, envolve as edições de 2013, 2014 e 2015. A partir das investigações preliminares, o Parquet requereu a interceptação telefônica e telemática dos investigados, deferido integralmente pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Mossoró em data não divulgada.

As interceptações, segundo o Ministério Público, deixaram claro que os dirigentes da empresa Gondim & Garcia, tomavam todas as decisões referentes ao evento em conjunto com o ex-secretário Gustavo Rosado.

“Todas as práticas ilegais passavam pelo crivo do secretário municipal de Cultura de Mossoró, autêntico chefe e mentor da trama delituosa”, destaca trecho do documento.

Na transcrição das ligações é possível constatar que Gustavo Rosado trata diretamente com o representante da Gondim & Garcia sobre valores a serem pagos e recebidos, decidindo as próximas ações do grupo e combinando diversas reuniões.

“O material probatório produzido a partir das interceptações telemáticas, das comunicações telefônicas e das demais provas produzidas pelo Ministério Público, sintetizado nos autos circunstanciados carreados aos processos judiciais… indicou veementes indícios da prática dos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e ativa, peculato, fraude à licitação e organização criminosa, destaca a peça investigatória que resultou na operação.