Francinaldo Rafael – Reflexões sobre a morte

Para morrer basta estar vivo, diz o ditado popular. É um fenômeno natural do qual ninguém escapará e para o qual é recomendável que nos preparemos dia a dia.

A Doutrina Espírita prova que a morte não existe, senão do ponto de vista material. Extingue-se a vida do corpo físico, mas o Espírito imortal prossegue em outra dimensão.  Todo ser humano deseja vida longa, ser feliz, concretizar  planos. Mas quando se fala de morte…

Para muita gente é assunto assustador, quando não desesperador.  Esse temor da morte é um efeito da sabedoria da Providência Divina e consequência do instinto de conservação presente em todos nós. É necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura. Sem esse freio poderíamos ser desleixados com nossa vida e partirmos dela prematuramente, atrasando nosso adiantamento. À medida que o homem compreende melhor a vida futura, o medo da morte diminui.

Há aquelas criaturas que deleitam-se na fantasia da eterna juventude, no desfrutar dos prazeres e que se dependesse delas, a vida deveria ser apenas isso. No entanto, tudo muito repetitivo pode tornar-se motivo de tédio ou vazio existencial, por não ter significado. A Divindade, ao estabelecer limites orgânicos, proporciona  tempo e oportunidade necessários para o desenvolvimento ético-moral e espiritual do ser humano. A Doutrina Espírita, no seu aspecto consolador e esclarecedor, mostra-nos a certeza do reencontro dos entes queridos  após a morte do corpo físico, paciência e coragem para suportar as fadigas transitórias desta vida.

Então, cientes de que ninguém conseguirá driblar a morte por mais que tente, vejamos os sábios conselhos do Espírito Joanna de Ângelis para que nos preparemos diante dessa realidade: “Pensa com frequência e tranquilidade na tua desencarnação. Considera que o momento, por mais distante se te apresente, chegará fatalmente. Recorda os teus desencarnados com carinho, envolvendo-os em ternura e orações. Fala-lhes mentalmente a respeito da realidade na qual se encontram e de como se devem comportar, procurando apoio dos seus guias e a proteção do Senhor da Vida. Morrendo e retornando logo depois, Jesus cantou o hino da imortalidade gloriosa que culmina a sua trajetória na Terra de maneira insuperável”.