Folha, Globo, Band e Metrópoles suspendem cobertura no Alvorada por falta de segurança

Após sofrerem constantes ameaças por parte de apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), durante o trabalho jornalístico em frente ao Palácio da Alvorada, veículos de comunicação decidiram suspender a cobertura diária no local. O jornal Folha de S. Paulo, o Grupo Globo, a Band e o Metrópoles tomaram a decisão para garantir a segurança dos jornalistas.

As medidas foram estabelecidas depois de uma série de ataques cujo estopim aconteceu nessa segunda-feira (25). Os apoiadores do presidente quase entraram no espaço reservado à imprensa, separado por uma grade baixa, gritando “comunistas, escória, ratos, comprados, lixo”. Os seguranças do Palácio da Alvorada não interromperam os ataques.

A Folha questionou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança do Alvorada, e a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), sobre o episódio. Não houve resposta e o jornal decidiu suspender a cobertura “até que o Palácio do Planalto garanta a segurança dos profissionais de imprensa”.

O Grupo Globo (que inclui o portal G1, a TV Globo e os jornais O Globo e Valor Econômico) enviou uma carta ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, comunicando a suspensão do plantão. “Com a responsabilidade que temos com nossos colaboradores, e não havendo segurança para o trabalho, tivemos que tomar essa decisão”, escreveu o vice-presidente de Relações Institucionais do grupo, Paulo Tonet Camargo, no comunicado.

O Metrópoles também aderiu à medida e afirma que “o grau de ferocidade dos ataques subiu mais um degrau nesta segunda”. Jornalistas do portal registraram um momento em que um apoiador quase partiu para a violência física contra os profissionais da imprensa.

Ainda segundo o portal, a Band também suspendeu a cobertura na porta do Alvorada, e o jornal Estadão não vai enviar os jornalistas ao local nesta terça-feira (26). O Correio Braziliense já não atua no plantão há pelo menos 45 dias. De acordo com o jornal, a decisão foi tomada por causa dos ataques e para evitar que os jornalistas se exponham ao risco de contágio pelo coronavírus.

Fonte BHAZ

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