Fanfarrão!

O personagem Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite teve algumas falas popularizadas por aqueles que assistiram o filme. “Você é um fanfarrão” é uma delas. Fanfarrão é um adjetivo substantivo masculino que significa “o que ou aquele que conta bravatas, que alardeia coragem sem ser corajoso”, ou seja, que fala muito e faz pouco.

O prefeito de Mossoró pode ser enquadrado na definição de fanfarrão não por ser sem coragem. Isso, reconheça-se, ele tem até demais. O problema é a mania de falar demais, prometer demais e muitas vezes não cumprir. Isso já virou rotina.

O caso mais emblemático é o da “maior imagem católica do mundo”, a de Santa Luzia, que seria construída pela Prefeitura na Serra Mossoró e prometida pela primeira vez no dia 13 de dezembro de 2013. Dois anos e meio depois, a promessa é de que um bilionário suíço é quem seria o responsável pelo financiamento da obra. À ver.

Em março de 2015, o prefeito prometeu que em abril daquele ano o probelam do transporte coletivo de Mossoró estaria solucionado com ônibus novos e com ar-condicionado. Nem eram novos nem funcionaram com ar-condicionado. Mais de um ano depois ainda não tivemos a solução para o problema. Na mesma oportunidade em março de 2015, o prefeito prometeu solucionar o problema de estacionamento no centro de Mossoró. Hoje, 14 meses depois, nada de solução.

Outra falácia foi quando, ao sancionar um lei que proibe o uso de logomarcas e slogans na gestão municipal, de iniciativa da Câmara Municipal, o prefeito disse que economizaria recursos em Comunicação. Em 2012 foram gastos R$ 4,5 milhões; em 2013, foram 5,9 milhões; em 2014, primeiro ano de gestão de Silveira, os gastos foram para R$ 6,8 milhões; em 2015 foi de 5,9 milhões.

Ano passado, a cidade assistiu a um Mossoró Cidade Junina muito mal organizado e até hoje muita gente reclama que não recebeu premiações, não recebeu pelos serviços prestados ou produtos fornecidos. Este ano, o prefeito disse que não ia fazer licitação coisa nenhuma. Ele mesmo iria contratar as empresas, as bandas, pois assim economizaria. Outra falácia. As bandas saíram mais caras que ano passado.

Em levantamento feito pelo jornalista Magnos Alves, percebe-se que a empresa contratada sem licitação para captar recursos, a Padrão, aqui de Mossoró, receberá 20% de todo patrocínio que entrar, mas ela foi contratada com o evento já em andamento. Quem conseguiu patrocínio, a empresa ou a Prefeitura? Ano passado a comissão à empresa Viva Entretenimento era 9%.

Os cachês das bandas também deram um salto considerável. Ano passado a banda Chicabana custou R$ 40.000, esse ano ficou por R$ 80.000; a Bonde do Brasil custou R$ 40.000 ano passado, R$ 70.000 este ano; Solteirões do Forró custou 55.000, este ano foi para R$ 65.000; Dorgival Dantas cobrou R$ 70.000 ano passado, e este ano, mesmo tocando numa segunda-feira, dia em que os shows custam mais barato, levou R$ 75.000.

Esses são apenas alguns exemplos do que foi dito e não foi feito. Há muitos outros.