Ex-advogado de Trump pagou software para alterar pesquisas de opinião

Michael Cohen, o ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pagou cerca de US$ 13 mil por um software para alterar pesquisas na internet e favorecer o então pré-candidato, que buscava a indicação do Partido Republicano para as eleições americanas de 2016.

Segundo revelou nesta quinta-feira o “Wall Street Journal”, Cohen entregou essa quantia ao dono da empresa RedFinch Solutions, John Gauger, em uma sacola do Walmart em seu escritório na Trump Tower. Além disso, também presentou Gauger com uma luva que Cohen diz ter pertencido a um lutador brasileiro de MMA.

De acordo com a publicação, Cohen teria entrado em contato com Gauger, com quem já tinha uma relação, para que desenvolvesse um software que colocasse Trump na primeira posição em diversas pesquisas online.

Em troca, Cohen o prometeu um pagamento de US$ 50 mil, mas Gauger só reconhece ter recebido o que estava na bolsa de compra. Também foi garantido a Gauger um cargo na campanha de Trump, motivo pelo qual chegou a conversar com dois representantes da equipe, mas acabou não sendo contratado.

Embora Cohen nunca tenha entregado a quantia completa, o advogado pediu a Trump o reembolso de US$ 50 mil, de forma conjunta com os pagamentos realizados à atriz pornô Stormy Daniels pelos quais foi condenado em dezembro, alcançando um total de US$ 180 mil, mais um bônus de US$ 60 mil e US$ 180 mil para cobrir os impostos que teria que pagar.

Cohen não especificou para que eram essas despesas, segundo diretores da empresa de Trump citados na reportagem, mas também não o perguntaram quais eram esses “serviços tecnológicos” pelos quais pedia o reembolso.

“Se ficou algo claro, é que Michael Cohen não é alguém para se confiar”, afirmou o atual advogado de Trump, Rudy Giuliani, que acusa Cohen de ter roubado a empresa.

Cohen contratou Gauger em janeiro de 2014 para ajudar Trump em uma pesquisa pela internet da emissora americana “CNBC” na qual se pedia para identificar os principais líderes de negócios do país, mas o software não conseguiu ficar entre os cem primeiros colocados.

Em fevereiro de 2015, quando Trump já fazia preparativos para a campanha presidencial, Cohen o pediu para fazer o mesmo em uma pesquisa do portal “Drudge Report” sobre possíveis candidatos republicanos, onde o magnata ficou em quinto, com 24 mil votos, 5% da porcentagem total.

Agência EFE