Estados vizinhos do Rio temem migração de criminosos após intervenção federal

Os secretários de segurança dos estados de São Paulo, Espírito Santos e Minas Gerais estiveram em audiência com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, mostrando a preocupação com a migração inevitável de criminosos do Rio de Janeiro, após a intervenção federal nesse estado. Para evitar que isso venha aumentar a insegurança da população, querem ajuda do governo federal na área da segurança pública.

O Espírito Santo apresentou um plano de contingência para evitar possíveis migrações. “Nossos serviços de inteligência não detectaram nada até o momento, mas decidimos nos precaver para evitar que grupos criminosos se instalem por aqui”, explicou o secretário da Segurança Pública capixaba, André Garcia.

São quase 200 quilômetros de divisa com o Rio e Minas Gerais que receberão reforços diários no patrulhamento. Cerca de 140 policiais civis e militares patrulharão as rodovias que passam por oito cidades do Estado, em operações de combate aos crimes de tráfico de drogas, armas e roubos de cargas. “São delitos que costumam ocorrer com maior frequência no Rio do que aqui. Com a intervenção federal no Rio, imaginamos pode haver essa migração”, afirmou Garcia. Nessas cidades o clima é de preocupação, conforme fontes do governo capixaba.

O ministro Torquato Jardim é consciente que, provavelmente, os Estados limítrofes sofrerão o impacto da ação no Rio. “Temos de ver se vai ser marola ou tsunami. Alguma coisa vai acontecer, temos que ser realistas”, afirmou. E completou: “Quanto mais eficaz a ação no Rio de Janeiro, a marola vai crescer. O nosso trabalho é não deixar virar tempestade, jamais um tsunami”.