Entenda como o Brasil participou da criação do Estado de Israel

Em Jerusalém, Yad Vashem preserva a memória das vítimas do Holocausto

Holocausto

Após o Holocausto perpetuado pelo regime nazista entre as décadas de 1930 e 1940, Organização das Nações Unidas debateu o retorno dos judeus para sua região de origem.

Durante a Segunda Guerra Mundial, judeus na Alemanha foram retirados de suas casas, separados das famílias e levados a campos de concentração onde eram forçados a trabalhar para o governo alemão. Não tinham comida suficiente, viviam em condições insalubres que levavam à morte por doença, fome e exaustão. Também foram submetidos à tortura e ao extermínio.

Esse período da história ficou conhecido como Holocausto. Estima-se que 10 milhões de pessoas foram mortas, sendo 6 milhões de judeus, pelo regime nazista de Adolf Hitler nas décadas de 1930 e 1940. O ditador alemão defendia a supremacia racial ariana e passou a pregar o ódio contra quem considerava impedir esse processo.

Em 2005, a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu 27 de janeiro como Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Nesta data, houve a libertação do campo de concentração de Auschwitz Birkenau, pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Participação brasileira

Após a 2ª Guerra, a discussão para criação de um Estado judeu ganhou força. Em especial, o movimento defendendo o retorno dos judeus para sua região de origem, a Palestina. Muitas comunidades já viviam no país, que era administrado pelos britânicos desde 1920.

Os ingleses repassaram a decisão para a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU), que criou o Comitê Especial para Palestina a fim de tratar da decisão pela partilha territorial. Começa aí a participação brasileira no processo. Em 1947, o presidente Eurico Gaspar Dutra nomeou Osvaldo Aranha como chefe da delegação brasileira junto a ONU, que acabou escolhido como presidente da Assembleia Geral.

Foram apresentadas duas propostas: a primeira era a partilha da Palestina, criando um estado judeu e outro árabe. A segunda, proposta pelos países árabes, era da independência imediata da Palestina, uma vez que 70% da população era formada por árabes. Em 29 de novembro de 1947, em sessão presidida por Oswaldo Aranha, 33 dos 57 países membros votaram a favor da criação de Israel. 13 foram contra, 10 se abstiveram e Tailândia estava ausente.

Reconhecimento

A declaração de Independência do Estado de Israel foi assinada em 14 de maio de 1948, ano que teve fim o Mandato Britânico da Palestina. Aranha foi reconhecido como um dos principais articuladores para criação do Estado de Israel. Em sua homenagem, há uma rua em Tel Aviv que leva seu nome. Outros brasileiros também foram homenageados pela ajuda aos judeus durante o Holocausto.

Aracy Guimarães Rosa, funcionária do consulado em Hamburgo, na Alemanha, e Luís Martins de Souza Dantas, embaixador brasileiro em Paris, na França, ajudaram na concessão de vistos para salvar aqueles que estavam sendo perseguidos por Hitler. Hoje, o nome dos dois está no Jardim dos Justos do Museu do Holocausto, em Israel.

Infográfico Brasil Israel

Fonte: Portal Planalto