Economista fala à FM Resistência sobre o endividamento das famílias

Atualmente, 70% das dívidas dos brasileiros é referente ao cartão de crédito

A pandemia afetou não apenas a saúde pública, mas também a economia do Brasil. Com as medidas de isolamento e restrições, muitos brasileiros perderam seus trabalhos e, consequentemente, ficaram sem renda fixa. Esse cenário fez com que cerca de 12 milhões de pessoas estejam endividadas, sem dinheiro para pagar as contas fixas do mês.

O Conselheiro do Corecon-RN e Diretor da FACEM/UERN, professor economista Leovigildo Cavalcanti, concedeu entrevista ao Jornal da FM 93, Rádio Resistência de Mossoró, e falou sobre o endividamento das famílias no contexto da atual pandemia. Além disso, ele deu dicas sobre como fazer o planejamento das finanças e do controle das dívidas.

O professor informou que a tendência é de que o número de pessoas endividadas aumente, já que os efeitos provocados pela pandemia ainda devem ser sentidos por muito tempo. “O fechamento em série dos estabelecimentos, em especial no setor dos serviços, refletiu na redução da renda dos brasileiros, principalmente os que possuem menor rendimento mensal”, informou.

Diante dessas condições, os brasileiros passaram a ter o mínimo para a sobrevivência. “Essa parcela da população precisa dos auxílios governamentais para atender, especialmente, as necessidades básicas e para reduzir a miserabilidade alimentícia”, comentou o professor economista.

Leovigildo Cavalcanti explicou ainda que muitas pessoas que ganhavam até dois salários e ficaram sem emprego, começaram a utilizar o cartão de crédito na tentativa de minimizar essa situação, mesmo sem ter a renda para pagar essas dívidas.

“70% dos inadimplentes devem especificamente ao cartão de crédito, porque só começaram a pagar o mínimo do cartão. A sugestão é que essas pessoas iniciem o processo de redefinição da dívida, um processo de renegociação com as instituições financeiras ou bancárias para que possa ter as condições futuras de pagar parceladamente e ter o mínimo na questão da sobrevivência”, sugeriu.

Atualmente, os juros do cartão de crédito podem chegar a 500% durante o ano. Esse percentual deve ser reajustado, diante do aumento da taxa selic, que irá deixar todas as formas de crédito com juros mais caros.

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