Doutor Almeida Castro – cearense em terra mossoroense – Wilson Bezerra de Moura
É notório para Mossoró ser uma cidade, desde o princípio de sua formação, ponto de atração dos estrangeiros, gente de outras localidades, estados, até mesmo nacionalidades, como foi o caso do Suíço Henry Koster, que aqui chegou com o pensamento de explorar atividades comerciais e o fez.
Normalmente o Ceará foi o maior exportador de gente para o Rio Grande do Norte. Assim, o doutor Almeida Castro foi um médico formado no ano de 1880, no Rio de Janeiro, aqui chegando não só para exercer a Medicina, mas participar ativamente da vida social, política, econômica e profissional da região.
Um homem simples, cordial, solícito com aqueles que o procuravam. Na política, através do Partido Conservador, exatamente na vaga do médico Luiz Carlos Lins Wanderely, por ter sido considerado inelegível por incompatibilidade, foi a oportunidade do doutor Almeida Castro entrar na politica.
Na Assembleia Legislativa se destacou como Segundo Secretário e por haver sido eleito no biênio de 1881-1883 deputado provincial, exatamente nessa ocasião em pleno exercício de Republicano, o suficiente para se destacar na função parlamentar, que o fez eleger-se Segundo Secretário da Assembleia, contando com maioria do Partido Liberal, adversário do Conservador, ao qual pertencia, tanta era a simpatia que desfrutava entre seus pares.
Era o doutor Almeida Castro homem profundamente piedoso, generoso, apiedado de todo e qualquer sofrimento em que padecia a sociedade, daí interferindo em todos os momentos da coletividade tentando solucionar o problema, interferia em assuntos dessa natureza como médico, empresário, e em qualquer circunstância da vida.
Enraizou-se em definitivo em solo mossoroense quando em 1895 casou-se com sua prima Francisca Veras Saldanha. Amava, segundo depoimento de amigos ligados à história, profundamente a cidade, tanto assim se fez presente em todas as manifestações e pleitos em seu favor. Que o diga o Memorial para construir o trecho férreo Mossoró-Porto Franco, que na época foi excelente meio documental emprestado à região.
Afinal morre um idealista em 1924, depois de um trajeto de vida a favor da coletividade, conforme apontamentos históricos do arquivo de Raibrito.