Djalma Maranhão – Wilson Bezerra de Moura

Depois de muito folhear as páginas da história passada há anos, nos deparamos com a destacada figura política que deixou importante papel de sumo interesse da coletividade no ramo da educação.  Esta figura é Djalma Maranhão, que a história confirma sua plena atuação na política do Rio Grande do Norte, eficiente na política em favor de justas causas, que foi necessário morrer fora do país, por determinação de forças militares organizadas.

Revendo os arquivos de Raibrito, ali estava registrada a passagem na política norte-rio-grandense do ex-prefeito Djalma Maranhão, que durante os anos de 1956-1959 e novembro de 1960 a abril de 1964 administrou a cidade do Natal, até ser cassado pelo movimento revolucionário de 1964, terminando no exílio até a morte, sem que tivesse oportunidade de retornar à terra que lhe deu vida e acolher seu corpo à eternidade.

Djalma Maranhão marcou sua passagem nessa terra potiguar, não só na cidade de Natal, mas suas ações transbordaram aos demais recantos do Rio Grande do Norte, com seu programa sobre a Educação, denominado “DE PÉ NO CHÃO TAMBÉM SE APRENDE A LER”, cujo projeto serviu de modelo a todo território nacional, onde quer que se buscasse erradicar o analfabetismo, que naqueles tempos dominava a nação.

Tanto assim foi a visão do prefeito natalense Djalma Maranhão, que implantou o sistema escolar nos bairros, usando o princípio de acampamento escolar, e com isso atender as necessidades da população, vítima da falta de escolas para atender o público, com instalação de galpões para que viesse a aumentar consideravelmente a procura e atendimento aos alunos carentes com absoluto sucesso.

A visão do prefeito Djalma Maranhão, na época de 1961, era oportunizar a educação a todas as crianças reconhecidamente pobres, tanto assim que não era exigida farda, nem calçados específicos, qualquer tipo de calçado, até de pé no chão valia.

A experiência implantada no governo municipal por Djalma Maranhão não só repercutiu no país inteiro, oportunizando a outros exercerem noutros Estados, como a própria UNESCO a recomendá-la ao mundo inteiro sua prática.

Os homens de bem tendenciosos a contribuir com benefícios aos necessitados normalmente são mal interpretados e condenados por sistema político radical e de extrema direita. O prefeito Djalma Maranhão foi um desses mal interpretados, condenado ao exílio sem oportunidade de retornar a sua terra que lhe deu vida.

Djalma Maranhão morreu no exilio cumprindo pena de esquecimento perpétuo. Nossa Reminiscência resolve, depois de muitas décadas, fazer lembrar ao povo potiguar essa figura de saudosa memória que marcou a história de nossa terra.