“Discriminação do Governo Estadual tem tirado médicos de Mossoró” afirma diretor do Centro de Oncologia.

00O tratamento diferenciado com relação ao repasse do pagamento de Plus ao atendimento médico dos municípios de Natal, Caicó e Mossoró, tem gerado evasão de profissionais da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.

A declaração parte do médico Cure de Medeiros, diretor do Centro de Oncologia e do Hospital da Solidariedade, ambos instalados em Mossoró.

Segundo Cure Medeiros, vários médicos já deixaram a cidade devido à influência da defasagem no valor pago em Mossoró com relação as demais cidades.

A evasão, que já tirou vários profissionais da cidade, estaria em andamento com a possibilidade de perda de novos médicos nas próximas semanas, caso não seja apresentada uma solução.

“Sei que existe uma crise nacional, e na saúde do País, mas o tratamento diferenciado para Mossoró é algo difícil de entender. Não há como explicar que o mesmo procedimento feito em Natal e Caicó mereça um complemento e os efetuados em Mossoró não recebam a mesma atenção”, destaca o médico.

Para se ter uma ideia da diferença nos valores praticados, uma mastectomia em Mossoró paga R$ 650, para ser dividido entre dois cirurgiões e um anestesista. Em Natal este mesmo serviço é pago por R$ 1.650 a partir de um complemento repassado pelo Governo do Estado.

“Uma diária de UTI custa R$ 450 em Mossoró. Em Natal o valor repassado é R$ 1.450. Como vamos pagar o custo de uma UTI desta maneira? Como segurar os médicos em Mossoró com esta diferença? É evidente que os profissionais vão buscar outras cidades. Deveríamos estimular a interiorização do atendimento médico, e não o contrário, como está sendo feito”, reforça Cure que acredita no diálogo como a solução deste problema.

“Acredito na seriedade do Governador e do Secretário de Saúde e acredito que seja possível encontrar uma solução para este problema que é muito grave” reforça Cure Medeiros.

 

SEM ATENDIMENTO – O atraso no repasse de R$ 1 milhão por parte da Prefeitura de Mossoró, aliado a falta de recursos para cumprir com pagamentos básicos, fez com que o Centro de Oncologia fechasse o Pronto Socorro esta semana.

Caso não se encontre uma solução para os repasses, é possível que ainda esta semana seja interrompido o atendimento de radiologia em Mossoró.

A interrupção pode comprometer o tratamento de centenas de pacientes que lutam contra os efeitos de uma doença grave.

Com agenda marcada para Mossoró no dia de hoje, o governador Robinson Faria poderá ser acionado para a busca de soluções para os problemas que atingem o Centro de Oncologia e Hospital da Solidariedade.