Desemprego Recorde

No País o número de desempregados bateu recorde histórico. São 13,3% da população em idade de trabalhar, quase 14 milhões de pessoas sem emprego no mês de maio. Apesar da desaceleração nos níveis de desemprego, em março eram 14,1 milhões, a crise econômica parece não ter fim, muito por causa da crise política. Um ano atrás, 11,6 ,milhões de pessoas estavam desempregadas.

Nos últimos doze meses, a construção civil demitiu mais de 300 mil pessoas e foi o setor que mais fez crescer o número de desempregados. Serviços (-252 mil), indústria de transformação (-181 mil) e comercio (-99 mil) foram outros setores que também demitiram muita gente. O único setor com saldo positivo no último ano foi a agricultura (+10 mil), mas o setor apresenta apenas 4% das vagas formais de trabalho.

No início de 2015, apenas 4% das pessoas que têm entre 40 e 59 anos de idade estavam desempregadas. Hoje, esse percentual subiu para 8%. Entre os mais jovens, esta situação é muito mais grave. Lá nos primeiro meses de 2015, o número de pessoas que têm entre 18 e 24 anos de idade que estavam desempregadas era de 17,6%. Hoje são 28,8% de desempregados nesta faixa etária. No geral, são quase 3 milhões de pessoas desempregadas há mais de dois anos, o que dificulta ainda mais o retorno ao trabalho. Apesar dos péssimos números, em três dos primeiros cinco meses de 2017, houve mais admissões do que demissões no mercado formal brasileiro. Entretanto o número parece quase nada diante da massa de desempregados.

Não há como Mossoró não estar inserida nesse contexto. Apesar de a atual gestão estar pagando os salários em dia, além de muitas contas atrasadas deixadas pela gestão anterior, só isso não é suficiente para aquecer a economia local. Há um trabalho de fortalecimento de parcerias entre Poder Público e Iniciativa Privada para gerar novas oportunidades de negócios e qualificação de mão-de-obra para tentar vencer a crise.

Em 2015 a queda do emprego em Mossoró foi menor que a medida no País, já em 2016 a nossa cidade teve piores índices do que os nacionais. Em maio, o saldo do emprego no Brasil foi de 0,09%, no Rio Grande do Norte o saldo foi negativo em 0,05% e em Mossoró 0,15%. Nos últimos 12 meses, o saldo nacional foi negativo em 2,18%, no nosso Estado 1,15% e em Mossoró 3,58%. A crise demorou mais a chegar por aqui, pelo visto demorará mais para a recuperação chegar.

O PIB cresceu no 1º trimestre, a confiança do investidor e das empresas melhoraram, a inflação dos últimos doze meses deverá descer abaixo dos 3%, a taxa Selic tem caído, mas ainda assim não podemos dizer que estamos na retomada do crescimento. A crise é aguda. A confusão política contribui para o agravamento.

Em Brasília cresce a possibilidade de Michel Temer ser tirado da cadeira de presidente para assumir Rodrigo Maia, deputado que até o impeachment de Dilma Rousseff não tinha muita influência além da pequena bancada do Democratas. Agora ele poderá assumir a Presidência da República. A política econômica tende a ser a mesma, mas e os demais aspectos?

O maior programa social que pode existir é a criação de empregos pelo País. Esse programa só é viável com uma economia crescente, sustentável e forte e com segurança política.