Deputados fazem críticas a eleitores

Diário do Nordeste

Muitas são as críticas feitas quanto ao modo como se portam os políticos brasileiros. Mas na última sexta-feira, na Assembleia Legislativa do Ceará, os parlamentares se pronunciaram para condenar o outro lado, o eleitor.

O primeiro a tratar do assunto foi Ely Aguiar (PSDC). Ao afirmar que a população estaria cada vez mais decepcionada com os políticos, Ely afirmou que “parte do eleitorado tem culpa por ter colocado esses políticos onde estão. A população foi quem mandou eles para o exercício da função”, apontou. “Muitas vezes o eleitor também participa do processo quando recebe dinheiro para votar, ou recebe tijolo e outros benefícios para escolher essas pessoas”.

Fernando Hugo (PP) afirmou que a “esculhambaria reinante no Brasil” existe em termos políticos e eleitorais, fundamentalmente pela inoperância da Justiça em punir. “Esse é o principal de todos os pontos. Agora, o eleitorado brasileiro é mais corrupto do que o Eduardo Cunha, Lula, Michel Temer e outros menos votados. O eleitorado brasileiro tornou-se delinquente no votar, pior do que votava 20 anos atrás. É uma vergonha”, expôs.

Roberto Mesquita (PSD) fez coro às palavras de Hugo e disse que há por parte do eleitorado, também, a necessidade de fazer uma assepsia porque, como colocou, não existe concurso para deputado, senador, deputado federal ou governador. “São cargos eleitos pelo povo e esse mesmo povo precisa escolher melhor na hora de votar”.

O deputado salientou que, em meio a tudo, há um fato que reputa como uma luz no fim do túnel: a educação. “Não a que o Governo do Ceará, à moda nazista, procura fazer propaganda distorcida. Fato é que melhoramos muito na educação do Ceará, mas nenhum deputado tem coragem de colocar um filho seu para estudar em escola pública. Portanto, há mais falácia do que verdade nessa revolução da educação”, enfatizou.

Ampliando as críticas, Heitor Férrer (PSB) afirmou que, quando o voto é vendido, quem comprou não tem compromisso. “Comprou uma mera mercadoria. Transformou-se o eleitor em mercadoria de péssima qualidade”, ressaltou, citando exemplos da última campanha municipal.