Criatividade para superar desafios

 

Os paradigmas vão sendo quebrados, as crianças de hoje raramente brincam com piões ou bolas de gude, os modelos de negócios são sacudidos de tempos em tempos com revoluções tecnológicas e de conhecimento. Se transportarmos um cidadão que viveu no ano 100 para o ano 1000, ele compreenderia praticamente tudo. Agora imagine se colocássemos um sertanejo que viveu ali pela década de 1850 dentro de um shopping center, seria uma confusão. Certamente a o cabra não entenderia nada.

O homem mais rico de toda história do planeta é Jeff Bezos, fundador da Amazon; o segundo é Bill Gates, dono da Microsoft; e o terceiro é Mark Zuckerberg, criador do Facebook. O que há de comum entre eles? Todas as suas empresas nasceram de uma ideia, do conhecimento. Se antes demoravam séculos para mudar o formato de negócios, hoje não demora uma década.

A economia criativa não se resume ao grafite ou artesanato. Nela, a matéria prima é a inovação, que tanto pode ser a criação de vídeo games ou um aplicativo para vender seguro de carro. A criatividade individual ou em grupo pode gerar mais riquezas do que um determinado setor da indústria.

Se no passado parecia loucura falar em carros rodando por aí sem motorista, hoje isso já é quase uma realidade nas ruas de alguns países. A GM produz milhões de carros todos os anos, mas é a Tesla, que não produz sequer cem mil carros, a empresa automobilística mais valiosa do planeta; o AirBNB não possui um único hotel, mas é onde você encontra o maior número de quartos no mundo; o Über não tem um único carro, mas é a maior frota do planeta.

Por falta de investimentos, a bilionária economia criativa ainda sofre para se desenvolver no País. Segundo dados da FIRJAN, em 2015 São Paulo tinha 3,9% de seu PIB na economia criativa, enquanto que no Rio Grande do Norte a estimativa era de que esse índice fosse de apenas 1,1%.

As cidades que se modelam e trabalham com o horizonte de atrair e apoiar este ambiente, terão vantagens competitivas no desenvolvimento econômico e social. É um novo cenário econômico que surge pelo mundo. Há os mais variados exemplos, não só em países desenvolvidos, mas no Rio de Janeiro-RJ, Florianópolis-SC ou Recife-PE aqui no Brasil, onde a inovação tem mostrado resultados impressionantes. É preciso revisar nossas estratégias de desenvolvimento e criar ecossistemas criativo. Um belo exemplo, e não precisa ir longe, fica em João Pessoa-PB. A Vila Sanhauá fica numa antiga área degradada da cidade, que foi revitalizada, oferecendo moradia, serviços públicos e espaços comerciais voltados para economia criativa.

O ambiente adequado para a concentração de atividades envolve o planejamento urbano, desenho arquitetônico, incentivos fiscais, equilíbrio entre trabalho, habitação, comércio e lazer. Incentiva mudanças e fortalece o desenvolvimento de atividades intelectuais, abrangendo trabalhos em setores como publicidade, design, moda, software, jogos de computador, publicações eletrônicas, audiovisual, artes cênicas, etc. Tudo isso compõe a economia criativa.

Estes modelos servirão de indutores do desenvolvimento econômico, gerando empregos, riquezas e melhorando o ambiente urbano, atraindo, inclusive, outros setores da economia, como o turismo, por exemplo. É preciso se planejar para não perder o bonde da história.