CREAS faz acompanhamento com famílias indígenas de refugiados venezuelanos

A Prefeitura de Mossoró, através do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), está fazendo um acompanhamento com as famílias indígenas dos refugiados venezuelanos que estão em Mossoró.

Nesta terça-feira, 05, a coordenadora do CREAS, Sheyla Pedrosa, teve uma reunião com o Comitê Estadual Intersetorial de Atenção aos Refugiados, Apátridas e Migrantes do Rio Grande do Norte (CERAM/RN), para apresentar a situação de Mossoró. “Em muitas cidades do Estado há refugiados e aqui em Mossoró temos os venezuelanos. Aqui no CREAS estamos responsáveis especialmente pelos indígenas”, explicou.

Em Mossoró, estes indígenas estão sob a tutela do Lar da Criança Pobre. “Fizemos o acompanhamento destas famílias e o que foi detectado foi que as condições de moradias não são adequadas. Neste caso, o CERAM vai tentar uma parceria do Governo do Estado para um aluguel social. O papel da Prefeitura de Mossoró neste sentido é estar acompanhando as famílias através da Proteção Especial, da Proteção Básica e da Secretaria de Saúde”, destacou.

A Proteção Social Básica vai acompanhar como está a situação destas famílias com relação aos benefícios sociais, como o Bolsa Família. O CREAS vai acompanhar a questão do acesso à moradia e da violação de direitos que foi identificada durante as abordagens já realizadas. Já a Secretaria de Saúde fará o acompanhamento via Unidade Básica de Saúde (UBS), na questão de saúde das famílias. “Vamos acompanhar inclusive na questão da documentação, já que alguns estão com documentação atrasada. Da questão da complementação alimentar, que eles recebiam do Lar da Criança Pobre, mas neste momento de pandemia está escasso por lá”, acrescentou.

Segundo a coordenadora do CREAS a preocupação com as famílias refugiadas indígenas é a questão da exposição nas ruas com crianças, principalmente em época de necessidade de isolamento social. “Nós identificamos que eles foram acolhidos inicialmente em Mossoró pela Irmã Ellen. Realizamos o primeiro contato com ela, que nos informou que eles não estavam precisando de nada, que eles não tinham nenhuma necessidade de complementação alimentar, pois lá tinha bastante comida, e que ir para a rua era uma questão da cultura deles”, destacou.

De acordo com o acompanhamento realizado pelo CREAS, há uma média de dez família, número que varia constantemente pela questão destas serem nômades. “Hoje temos em média de pessoas, dos indígenas. Mas a última vez que estivamos lá estava para chegar outra família. Eles estão acolhidos na casa da Irmã Ellen há cerca de três meses, porém o fato de eles estarem nas ruas com as crianças chamou atenção das pessoas, aí temos um contexto de risco pessoal e social, inclusive devido à pandemia. Mas essa ação de ir para as ruas pedir alimento já faz parte da cultura deles, é o que eles chamam de colheita”.

As equipes do CREAS ao fazerem a abordagem conversaram pessoalmente com cada família, identificando as principais necessidades deles. “A princípio contactamos a Secretaria de Saúde para fazer a parceria, no sentido de ir até lá fazer uma avaliação da situação de saúde deles, principalmente relacionado às crianças e à situação da pandemia. Mas por mais que a gente tenha questionado, eles dizem que tão têm nenhuma necessidade de saúde, mas só a partir do que visualizamos, percebemos que há sim a necessidade do acompanhamento”, continuou Sheyla Pedrosa.

Segundo ela, grande parte das famílias está vindo do Estado do Pará, e lá eles fizeram a inscrição no Bolsa Família, mas não estão recebendo. “A gente vai tentar viabilizar o acesso deles a esses benefícios sociais, especialmente o Bolsa Família. Para além disso, se eles vão ficar aqui, não temos como garantir, já que são famílias de nômades, mas enquanto estiveram, neste contexto de pandemia, precisamos garantir que eles não estejam em risco e nem coloquem a vida das pessoas em risco”, concluiu.

 

Prefeitura de Mossoró

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