Coronavírus: OMS diz que países pobres preocupam e Brasil já tem mais de 230 casos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação com o avanço do coronavírus em países mais pobres e recomendou que todos os casos suspeitos devem ser testados e isolados. O diretor-geral da OMS,  Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou que o diagnóstico é a maneira mais efetiva de quebrar a corrente de transmissão. No Brasil, no entanto, o Ministério da Saúde informou que só serão realizados testes nos casos mais graves da doença.

De acordo com os números mais recentes, o país tem 234 infectados. Há registro de transmissão comunitária no Rio de Janeiro e em São Paulo, ou seja: as duas cidades têm pacientes que estão com o vírus e não têm ligação com registros anteriores.  Há pessoas com o vírus em quinze estados. O maior número está em São Paulo (152 casos confirmados).  A média de idade dos infectados no Brasil é de 40 anos. Dezoito pessoas estão hospitalizadas e o restante está em isolamento domiciliar.

Leitos e médicos

O Ministério da Saúde divulgou que  vai disponibilizar 2 mil leitos volantes, de instalação rápida, para atendimento de casos do coronavírus. O investimento será de R$ 396 milhões para contratação e, durante seis meses, R$ 260 milhões para manutenção.

Foi anunciado também um reforço de mais de cinco mil e 800 profissionais no Programa Mais Médicos. Eles vão atuar em quase dois mil municípios e distritos indígenas. As capitais e grandes centros urbanos vão voltar a receber o programa, que havia sido extinto nesses locais.

O período de contratação é de um ano, para profissionais registrados no Brasil ou que tenham passado no exame de revalidação de diploma. Segundo o governo, médicos cubanos que estiveram no programa anteriormente e atendem a essas especificidades poderão compor as equipes.

Emergência econômica

O ministro da Economia, Paulo Guedes, informou que o governo vai direcionar R$ 147,3 bilhões a medidas emergenciais.  R$ 3 bilhões serão liberados para o Bolsa Família, o que corresponde a 1 millhão de novos beneficiários. No entanto, ainda não há detalhes sobre as condições para as novas entradas no programa.

As duas parcelas do 13º de aposentados e pensionistas serão adiantadas para abril e maio deste ano, num total de R$ 46 bilhões. R$ 21,5 bilhões em valores não sacados do PIS/Pasep serão transferidos para o FGTS, para novos saques e o abono salarial será antecipado para junho.

Micro e pequenas empresas terão acesso a R$ 5 bilhões  em Crédito do PROGER / FAT –  programa do Governo Federal que oferta de linhas de crédito com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Na tentativa de aumentar o crédito, as exigências de contratação vão diminuir e haverá dispensa de documentação (CND) para as renegociações.

A equipe econômica anunciou também redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para itens relacionados ao combate à doença, tanto nacionais quanto importados. Até o fim do ano, o governo pretende zerar alíquotas de importação para produtos de uso médico-hospitalar.

Os depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) poderão ser adiados pelas empresas, assim como o pagamento do Simples Nacional. R$ 4,5 bilhões do fundo do serão direcionados para ação de contenção do coronavírus.

O Ministério da Saúde também anunciou a destinação de verbas para que os estados reforcem as ações de combate á doença. Serão R$ 432 milhões que poderão ser usados para custeio como e criação de leitos.

Bolsonaro minimiza

Criticado por estimular as manifestações de rua mesmo com as recomendações do Ministério da Saúde para que a população evite aglomerações, Jair Bolsonaro, disse que o coronavírus não representa tantos riscos.

“Tudo bem que vai ter problema. Vai ter. Quem é idoso e está com problema ou deficiência. Mas não é isso tudo que dizem. Até que na China já está praticamente acabando”, afirmou.

O capitão reformado declarou em entrevista à Rádio Bandeirantes que seria um golpe isolar o chefe do Poder Executivo e completou que é ameaçado o tempo todo pelo Congresso. Tanto o presidente da Câmara, Davi Alcolumbre (DEM) quanto o presidente do Senado, Rodrigo Maia criticaram a presença de Bolsonaro nos atos de rua.

O presidente esteve nos protestos sem máscara e apertou a mão de participantes. Na semana passada, ele teve contato com pelo menos 13 pessoas que fizeram parte da comitiva presidencial de uma viagem para Miami, nos Estados Unidos e foram infectadas pelo vírus.

 

Brasil de Fato

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