Cores e Tempos

Domício Arruda*

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Não  é preciso saber interpretar os búzios para clariver que na esteira da pandemia, vem a crise econômica que deverá durar mais que as máscaras faciais de 
tnt.

Maior que o crash da bolsa, sem igual na história da humanidade, economistas fazem projeções e já adivinham números e percentuais de crescimento, inflação, deflação, desemprego e que tais.

A virada do velocímetro é que ninguém se atreve a prever quando será. Mas uma coisa é certa, nem tudo vai ficar pra depois.

Quem pensava que os madrugadores de preto também iriam guardar quarentena e distanciamento dos malfeitos, está dando com os respiradores no álcool em gel.

Menos para os terraplanistas, o mundo é uma bola a girar. No mesmo ritmo, a vida nos leva juntos.

Os protestos contra o racismo na América não demoraram a chegar no país dos pardos. E dos auto-proclamados cotistas das universidades públicas, gratuitas e de qualidade.

Se as profecias de Nostradamus estiverem mais uma vez certas, a humanidade só continuará respirando,  entre um presidente americano negro e um papa da mesma cor.

A primeira vítima dos ativistas afro-americanos e vândalos das piores espécies, foi a estátua do herói derrotado na Guerra da Secessão. General Lee, cultuado pelos confederados saudosistas, acabou afogado num laguinho de carpas.

Sem achar alguma do General Grant que mesmo vencedor e tendo sido presidente da república, não foi tão esculpido, sobrou para o genovês.                                        

Cristóvão Colombo perdeu a cabeça.

Quem mandou descobrir o novo mundo e entregá-lo aos escravocratas?

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Como sói ocorrer em tudo que vem da matriz, já circula uma lista (sem cor), com os nomes dos que serão derrubados dos pedestais de barro.

A do bandeirante Borba Gato em São Paulo tem preferência. Por mérito e razões estéticas.

Borges Hermida das novas gerações é contra a ação destes justiceiros tardios.

Estátuas, prédios, palácios e outros monumentos são parte do patrimônio histórico. Devem ser preservados como objetos de estudo e reflexão”.

Laurentino Gomes teme que a sanha petricida venha alcançar nosso herói da Independência. É que o espólio do enforcado contou seis escravos.

Tão logo os scholars do CCHLA saiam da hibernação pandêmica, haverá seminários para definir as desomenagens nestas terras de muitos índios e poucos senhores de posses.

Que não confundam a da santa na Praia do Meio, com Chica da Silva, a ex-escrava com alma        .

*** Nota do Redator:

No texto, constam duas palavras ainda não dicionarizadas.

Clariver.                                                                         ‘Ver com olhos de clarividente.’.

Petricida.                                                                 ‘Aquele que mata pedra. Estátuas, incluídas.

E uma meia frase ocultada: alma       .

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