Conferência em Natal discutirá a exploração de campos maduros de petróleo

A exploração de campos maduros de petróleo em bacias das regiões Norte e, principalmente, Nordeste pela iniciativa privada será discutida na PetroNor – Conferência do Setor de Petróleo do Norte e Nordeste do Brasil. O evento será realizado entre os dias 14 e 15 deste mês na sede do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN) em Natal.

Com o projeto de repasse dos poços em estágio avançado de exploração da Petrobras para o setor privado, a indústria onshore quer saber as melhores condições logísticas, tecnológicas, legislativas, de infraestrutura e de investimento para operacionalizar esses campos no futuro.

“Os campos maduros só se tornam viáveis economicamente sob determinadas condições, geralmente relacionadas ao aporte de algum tipo de incentivo e a utilização de novas soluções técnicas que diminuam os custos operacionais”, explica a gerente da Unidade de Desenvolvimento da Indústria do Sebrae-RN, Lorena Roosevelt.

O Brasil tem hoje cerca 49 operadoras independentes que podem se beneficiar como repasse dos campos maduros para setor privado.

Na Conferência, as empresas também discutirão os desafios do segmento onshore e elaborarão documento com as principais demandas do setor à Agência Nacional de Petróleo (ANP), que deve mostrar como órgão tem atuado para adequar a agenda regulatória ao novo cenário.

Também está prevista uma rodada de negócio com pequenas empresas da cadeia produtiva do setor de petróleo e gás e âncoras, empresas concessionárias de blocos exploratórios e campos produtores, como é o caso da Gran Tierra Energy, UTC Óleo e Gás: Sonangol, Alvopetro. Estão previstas pelo menos 100 reuniões de negócios nessa rodada.

Petroleiros são contra a exploração dos campos maduros por empresas privadas

O projeto de transferência dos campos maduros da Petrobras para o setor privado é rejeitado pelo Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Em diversas ocasiões e em notas emitidas à imprensa, os trabalhadores afirmam que a medida iria reduzir a produção e o número de empregos, degradar as condições de trabalho e seria uma forma de desfalque contra a estatal.

O sindicato questiona ainda a capacidade de empresas explorarem o petróleo nestes campos, uma vez que, como já estão em estágio avançado de exploração, exigem melhores técnicas para extração do óleo ou gás, tecnologia que a Petrobras dispõe.

A proposta que beneficiaria as empresas exploradoras de petróleo será analisada pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Minas e Energia; de Finanças e Tributação (inclusive quanto ao mérito); e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Na semana passada, a Comissão Especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal aprovou o texto-base do Projeto de Lei 4567/16, que retira a exclusividade de atuação da Petrobras como operadora dos blocos de produção em áreas do pré-sal. Agora, o projeto será analisado no Plenário da Câmara dos Deputados.

A proposta tem apoio do governo interino Michel Temer, mas, assim como no caso dos campos maduros, não conta com a aprovação dos sindicatos e federações dos trabalhadores ligados ao petróleo no Brasil.