Comunidade escolar cobra maior preparo para o acolhimento de estudantes transexuais

O assunto foi discutido durante uma reunião pública ocorrida nessa terça-feira, 17, na CMM, que tratou sobre o combate à LGBTFobia

Na tarde dessa terça-feira, 17, quando foi celebrado do Dia Internacional Contra a Lgbtfobia, ocorreu uma reunião pública para debater políticas voltadas ao combate à Lgbtfobia em Mossoró. Na ocasião, representantes escolares falaram sobre a importância de preparar as escolas para receber estudantes transexuais, além da necessidade de debater, na sala de aula e nas famílias, sobre as diversidades.

O tema foi apresentado pelo professor e artista Marcus Vinícius, que lembrou que muitos alunos travestis e transexuais são discriminados pela comunidade escolar, e acabam associando as escolas a espaços de terror. “Vemos muitos casos de discriminação de travestis e pessoas trans que querem apenas o direito de utilizar o nome social na sala de aula, mas alguns não aceitam. Por que não aceitar uma pessoa pelo que ela é? Por que discriminar e agredir? É tão fácil apenas acolher”.

Arthur Luiz, psicólogo, homem trans e pesquisador nas áreas de gênero e sexualidade e vice-diretor do Coletivo Demétrio Campos, ressaltou sua experiência e luta para conseguir dar continuidade a sua formação. Ele lembra que nem todas as pessoas trans conseguem concluir o estudo, já que o preconceito acaba contribuindo pra evasão escolar.

“Posso dizer que sou um privilegiado, porque consegui me formar. Sabemos como pessoas trans enfrentam diariamente dificuldades impostas pelo preconceito. Queremos nos sentir seguros em sair nas ruas, apresentar nossos namorados ou namoradas ao familiar e que seja comum, porque é uma coisa normal, mas outras pessoas agem como se não fosse”, relatou.

Na ocasião, foram relembrados os recentes casos de assassinatos de três homens homossexuais em Mossoró. “Em um único mês, tivemos três mortes cruéis em nossa cidade, praticados contra pessoas de nossa comunidade. A população brasileira tem expectativa de vida de mais de 60 anos. Mas nossa comunidade tem expectativa de vida de 35 anos. Esses dados devem servir de alerta. Vivemos casos de homofobia, que são investigados como se homofobia não fosse. Como podemos trabalhar políticas públicas, se os dados são mascarados?”, questionou o vereador Pablo Aires.

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