Comércio ambulante, alternativa de sobrevivência – Wilson Bezerra de Moura

Sempre encontramos razão suficiente para comentar sobre o passado da humanidade, porque esta teve, em decorrência do tempo, suficientes motivos para questionamento, a exemplo do trabalho, instrumento principal e necessário para sua manutenção e crescimento na sociedade. É através deste que encontra o homem não só meios de vida, como a conquista de melhor espaço na coletividade.

Tem sido a conquista do trabalho um forte desafio e obstáculo desde o princípio das coisas, decerto o trabalho escravo tenha sido a melhor forma de exploração do homem contra o homem e o colocado entre os recursos de mão de obra mais barata em que a retribuição desse esforço  fora   à custa da exploração violenta e humilhante. O trabalho, hoje, tem outra face de conhecimento, é escravo do capitalismo, que o paga à custa de mesquinho dinheiro insuficiente para manter o homem e sua família num padrão de vida digno e respeitável.

A busca pela sobrevivência sempre foi uma batalha constante de quem não tem emprego fixo. No passado muitos enveredaram na atividade informal para encontrar meio de vida. Lembramos, por exemplo, de pessoas nessas condições. As ruas, em nosso passado, eram cheias de comerciantes ambulantes, e nós nos lembramos, por exemplo, de alguns nomes.  Eurimar Gurgel da Silva, de saudosa memória, bem influente na cidade, aproveitou o bom relacionamento de amigo para explorar o comércio de batatinha, estabelecendo-se com um ponto na Rua Coronel Gurgel, defronte ao Hotel São Pedro. Instalou sua banquinha para venda de batatinha e ali permaneceu por vários tempos.

Outro personagem que durante décadas explorou o comércio de batatinha frita em ruas de Mossoró foi o cidadão Antônio Silva. Antes estabelecido com o comércio fixo de lanchonete, resolveu encerrar essa atividade e passou a comercializar a batatinha frita como atividade informal, nas ruas e em festas acontecidas em diferentes lugares da cidade, principalmente nos festejos de Santa Luzia.

Afinal de contas, não existindo a atividade empregatícia, pública ou privada, outro recurso não poderia deixar de afluir a não ser a atividade informal para garantir a sobrevivência de qualquer pessoa reconhecidamente carente.