CINE PAX – CAFÉ VITÓRIA

Wilson Bezerra de Moura

Lá pras bandas de um passado um tanto distante as coisas aconteciam, porque tudo teve um princípio e terá um fim mergulhado nos próprios acontecimentos.

Um prédio suntuoso que serviu de teatro, cinema e palco para grandes encontros políticos, reuniões sociais. Lembro-me bem de uma conferência do grande político daquela época, Plinio Salgado, quando da divulgação das ideias integralistas vindas dos recantos do Varguismo da década de 30, o povão social esbravejou insistentemente a esfera partidária que assolava os momentos daquela época, o Partido Integralista.

O Cine Pax, na Rua Coronel Gurgel, e o Café Vitória, em pleno jardim, forma emblemática da II Guerra Mundial, da Praça Rodolfo Fernandes “V” da vitória, acolhia muito bem o público transeunte, enquanto o Café Vitória, plantado no mesmo Jardim da Praça Rodolfo Fernandes, acolhia a grande população mossoroense, acentuando significativa importância popular.

O Pavilhão Vitória e o Cine Pax, este último de propriedade do ex-prefeito de Mossoró Jorge de Albuquerque Pinto, sustentava a movimentação social de Mossoró em diferentes aspectos, o principal o Cinema, porque a cidade de pequeno movimento acolhia diuturnamente as atenções em sessões cinematográficas.

A essa época Mossoró acolhia muitos visitantes e desta vez recebe para ficar a visita do cidadão Bem-Hour de Queiróz Russo, nascido na cidade de São Miguel em 22 de setembro de 1929, filho do senhor Antônio Russo Sobrinho e dona Cândida Queiróz Russo.

Bem Hour, antes de vir para Mossoró, andou pela Bahia, Fortaleza onde exerceu atividades profissionais, porém em Mossoró trabalhou na indústria salineira F. Souto, e se radicou por toda vida. Casou-se com a filha do senhor Jorge de Albuquerque Pinto, proprietário do Cine Pax, tornou-se seu sócio e legou uma família numerosa, José Antônio, Zilma Maria, Bem Hour, Saul e Sandro, com o primeiro casamento com a filha de Jorge Pinto, Maria José Pinto.

Bem-Hour de Queiroz Russo era tido em toda sociedade mossoroense como um homem de bem, bom caráter, amigo de todos, não deixou inimigos. Quando faleceu a primeira mulher,0 renunciou a todos os bens em favor dos filhos, deixando a parte da sociedade da empresa Pax para os filhos do primeiro casamento, deixando-os como verdadeiros e legítimos proprietários.

Conviveu durante décadas em Mossoró, não deixou inimigo, mas muitos amigos, que os estimava. Plantou a semente do amor, da paz e igualdade entre as criaturas, legou ao mundo os bons méritos e partiu para a outra vida em 02 dezembro de 1996.

Com o outro casamento reconstruiu todos os valores sociais sem prejuízo da outra família.

 

Apontamentos dos arquivos Raibrito.

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