Chuvas elevam os cuidados para se evitar a proliferação do Aedes aegypti

“As temperaturas elevadas e as chuvas características do período pedem uma maior atenção da população para que se evite a proliferação em larga escala do Aedes aegypti, o mosquito que transmite doenças como a dengue, zika e chikungunya”. O alerta vem de Maria Lima, responsável técnica pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).

Segundo a bióloga, o Aedes aegypti forma seus criadouros na água acumulada pelas chuvas, e o calor, tão comum nesse período, aumenta a velocidade do desenvolvimento do mosquito. Um perigoso vetor de doenças, conhecido por trazer muitos problemas à população.

Para não correr riscos, nessa época a atenção deve ser redobrada no combate a proliferação do mosquito. Essa ação, que deve ser contínua, não cabe apenas aos órgãos públicos, mas também a população que necessita empreender atitudes simples para quebrar o ciclo de desenvolvimento do Aedes.

Para entender o quadro, Maria Lima explica que “o mosquito só precisa de um depósito para colocar seus ovos, este pode ser grande, como piscinas e caixas de água, mas também pequenos como copos, tampas e garrafas, vasos e folhas de plantas, pneus, ou seja, tudo que possa acumular água. Uma vez depositado os ovos, estes permanecem vivos por cerca de um ano sem água, e basta um simples contato com a umidade para que as larvas apareçam. O ciclo de vida passa por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. O mosquito leva de sete a dez dias para se desenvolver de ovo a adulto”.

Na fase adulta o mosquito precisa de alimentos para sobreviver. O macho se alimenta de frutas e a fêmea, transmissora dos vírus das arboviroses, precisa de sangue para produzir seus ovos e assim garantir a sobrevivência da espécie. Elas preferem o sangue humano ao de qualquer outro animal. E combater o mosquito não é tarefa difícil, só é preciso paciência e redobrar os cuidados com a limpeza das caixas d’água, piscinas, calhas de telhados e pratos de vasos de planta e de água para animais domésticos. São cuidados básicos e necessários. Além disso devemos tampar os grandes depósitos de água, cobrir piscinas, cuidar dos quintais das casas para não amontoar lixo com sacos plásticos, garrafas, pneus ou qualquer outro objeto que possa acumular água.

DADOS

Segundo dados da Sesap, em 2018 o Rio Grande do Norte notificou, até o momento, 1.336 casos suspeitos de arboviroses, sendo 1.030 para dengue – o que representa 77% dos casos notificados – 222 para chikungunya e 84 casos suspeitos de zika vírus. Em 2017 foram 18.007 casos notificados de arboviroses, e em 2016 – ano da epidemia do zika vírus/microcefalia, foram 96.015 notificações. “Nota-se uma diminuição considerável de dados comparando 2016 e 2017.

Esse fato deve-se a intensificação das ações de toda a população no combate a proliferação dos mosquitos. Por isso devemos continuar alertas e mantendo nossas atitudes para que em 2018 tenhamos bem menos casos de arboviroses no estado”, destaca Maria Lima.