Bolsonaro confia em vitória no primeiro turno, enquanto Haddad e Ciro disputam pelo segundo

O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas, se mostra confiante em se eleger no primeiro turno das eleições deste domingo.

Enquanto os candidatos Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes creem no segundo turno e tentam esta vaga.

Após votar no Rio de Janeiro, Bolsonaro de limitou a dizer à imprensa que as eleições “se decidem hoje”.

Desde o seu surgimento na corrida presidencial, o capitão da Reserva do Exército não parou de estar no meio da controvérsia de suas declarações a favor da ditadura militar e manifestações sexistas, racistas e homofóbicas.

Em sua primeira aparição pública desde que ele foi esfaqueado em um comício no dia 6 de setembro, o que o deixou hospitalizado por três semanas, Bolsonaro aparentou boa saúde e caminhou sem dificuldade, embora estivesse visivelmente mais magro.

Estas eleições se mostram as mais imprevisíveis da história democrática do Brasil, caracterizada pela polarização entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), sucessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (que está cumprindo sentença de 12 anos de prisão por corrupção).

Segundo as últimas pesquisas, Bolsonaro tem o favoritismo no primeiro turno com 40% dos votos válidos, seguido por Haddad, com 25% e o trabalhista Ciro Gomes, com 15%.

Haddad, entretanto, disse que está confiante de que estará no segundo turno e que pode superar Bolsonaro, alegando que o candidato do PSL não poderá mais escapar dos debates para apresentar seus projetos.

“Estamos muito confiantes de que haverá uma segunda rodada e isso é muito bom para o Brasil”, disse o candidato do PT antes de votar em São Paulo.

Ciro Gomes mostrou a mesma confiança e estava muito otimista com a possibilidade dele estar entre os dois candidatos mais votados para o segundo turno.

“Estou muito otimista e muito esperançoso de que o Brasil é iluminado por Deus neste momento difícil e que as pessoas podem ser o instrumento que Deus usará para a nação brasileira poder proteger-se da violência e do radicalismo”, disse Gomes após votação na cidade de Fortaleza, na qual ele foi prefeito.

Gomes é considerado uma alternativa para acabar com a atual polarização e radicalização da vida política brasileira.

Geraldo Alckmin (PSDB), quarto nas pesquisas, com apenas 8%, preferiu pedir cautela e disse manter viva a esperança de chegar ao segundo turno.

Marina Silva, quinta colocada nas pesquisas (3%), disse que nenhum dos candidatos que polarizam as eleições é uma boa alternativa para a sociedade.

“O Brasil hoje está passando por uma grave crise política, económica e social, e uma profunda crise de valores. Os dois partidos que estão gerando a polarização hoje não são uma alternativa para a sociedade”, disse ela após votar na cidade de Rio Branco, capital Acre.

Apesar da polarização, o atual presidente brasileiro, Michel Temer, disse estar confiante de que os brasileiros se unirão após as eleições.

“Desde o primeiro momento eu prego muito harmonia. Assim termina o processo, você vai ver que os brasileiros vão participar. Não tenho dúvida disso”, disse Temer.

Temer também expressou confiança nas urnas eletrônicas, cuja confiabilidade foi questionada por Bolsonaro. “Eles sempre funcionaram bem, nunca houve qualquer problema e não há nenhum problema em relação às urnas eletrônicas”, disse ele.

Sua confiança foi aprovada pela Juíza Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que em uma entrevista coletiva reafirmou a sua “plena confiança no sistema” utilizado por duas décadas e nunca foi sujeita a alegações de fraude .

Segundo o TSE, durante as duas primeiras horas de votação apenas 310 cédulas eletrônicas, que representam 0,06% do total, tiveram que ser substituídas por várias falhas.

De acordo com um balanço do Ministério da Segurança até às 12h foram detidas 108 pessoas, incluindo seis candidatos, acusados de vários crimes eleitorais, principalmente proselitismo das urnas (71), publicidade irregular (65), transporte irregular (19 ) e compra de votos (10).

Além de um novo presidente, os 147,3 milhões de brasileiros votantes irão eleger governadores dos 27 estados, dois terços do Senado e os 513 deputados federais e estaduais.

 

Agência EFE