Bolsonaro admite “desconhecimento” e deixa economia com ministro Paulo Guedes

O presidente Jair Bolsonaro voltou a admitir nesta segunda-feira o seu “desconhecimento” em economia e finanças, e reiterou que estas estarão sob responsabilidade do ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Reconhecer o meu desconhecimento em muitas áreas é um sinal de humildade. Tenho certeza que conheço um pouco mais de política que o Paulo Guedes e ele, com certeza, conhece muito mais de economia do que eu”, disse Bolsonaro na cerimônia em que os novos presidentes dos três principais bancos públicos do país – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal (Caixa) e Banco do Brasil (BB) – assumiram seus cargos.

“Guedes teve liberdade para escolher toda a sua equipe”, ressaltou o presidente, que disse que, desta maneira, começa a estabelecer uma diferença em relação aos “governos anteriores”, nos quais havia uma “briga (…) de qual partido ia ficar com essa ou aquela pasta dos bancos”.

Na cerimônia, assumiram os seus cargos os novos presidentes da Caixa, Pedro Guimarães; BB, Rubem Novaes; e BNDES, Joaquim Levy, todos alinhados com o ideário liberal de Guedes, economista formado na Escola de Chicago.

Em seu discurso, Bolsonaro só exigiu aos novos funcionários que trabalhem “com transparência acima de tudo”, porque o novo governo “não pode errar”, sobretudo em matéria econômica.

“Se a economia for bem, teremos mais empregos, o índice de violência diminuirá, a satisfação estará presente junto ao nosso povo e nós viveremos dias melhores”, declarou o presidente.

Bolsonaro também reiterou que seu governo vai revisar a distribuição dos recursos destinados à publicidade oficial na imprensa, a fim de que esta seja mais “democrática” e deixe de favorecer um ou outro meio.

“A imprensa livre é a garantia de nossa democracia” e a intenção é distribuir os recursos publicitários sem favorecer nenhum meio, a fim de que “a imprensa possa cada vez mais fazer um bom trabalho no Brasil”.

Além disso, Bolsonaro reiterou que será revisto e fiscalizado o dinheiro que o governo destina ao apoio de Organizações Não Governamentais (ONGs).

“Parece que isso não tem importância, mas tem sim, por isso os recursos que foram liberados para ONGs sofrerão um rígido controle para que nós possamos fazer com que os recursos públicos sejam bem utilizados”, afirmou o presidente.

Agência EFE