As qualidades que elegemos
Arthur do Val entrou na política através das redes sociais. Fazia tudo para receber likes e atenção no seu perfil Mamãe Falei. Provocava adversários, notadamente os que defendem o espectro político da esquerda. Conquistou muitos seguidores.
Elegeu-se na onda dos youtubers bolsonaristas. Depois rompeu com o bolsonarismo. Aos 35 anos e em seu primeiro mandato eletivo, era pré candidato ao governo de SP.
Ele faz parte do movimento MBL, o Movimento Brasil Livre, que ficou famoso lá atrás naquelas manifestações contra Dilma Rousseff.
Por falar em MBL, em fevereiro, o deputado Kim Kataguiri, outro famoso do MBL, ao participar de um famoso podcast, afirmou que a Alemanha não deveria ter criminalizado o neonazismo quando um apresentador defendeu criação de partido nazista.
Menos de um mês depois, o deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei, fez as malas e foi para a Ucrânia dizendo que ia fazer ações humanitárias e coquetéis molotov para jogar nos russos. Foi elogiado pelo presidenciável Sergio Moro por botar a mão na massa.
Bom, não se viu ações humanitárias. Apenas uma foto ao lado de garrafa que seria usadas para coquetéis molotov.
Mas o que se destacou mesmo foi o áudio que ele enviou para um grupo de amigos dizendo que as mulheres ucranianas são lindas e que “são fáceis porque são pobres”, que nas filas de refugiados elas ficam meio que se oferecendo porque estão passando necessidade.
O comportamento do deputado precisa ser repudiado pela Assembléia de São Paulo, que também precisa dizer quem pagou pela viagem.
A prática misógina e doentia, é prática comum entre muitos homens de nossa sociedade. É abominável. Chocou tanto que trás para o debate esse tipo de comportamento doentio.
Os dois integram a infantaria do MBL, que foi vendido como expressão da “nova política”.
Esse tipo de pessoa, oportunista, preocupado com likes e guiado pela fama e vaidade, infestou a política nos últimos tempos.
Precisamos ter mais cuidado com quem elegemos.