Aos 96 anos, Gervásio Baptista recebe Medalha do Mérito Jornal

Aos 96 anos, Gervásio Baptista é a história viva da fotografia. Por mais de meio século, ele registrou os principais momentos da história recente brasileira e raridades estrangeiras. Após cair e fraturar o fêmur, o fotógrafo está numa cadeira de rodas e, às vezes, a memória o trai. Mas independentemente das adversidades, o dia de hoje (22) é de homenagens.

Nascido em Salvador, em 1922, Gervásio Baptista será condecorado, em Brasília, com a Medalha do Mérito Jornalístico da Associação Baiana de Imprensa. Colegas fotógrafos estarão presentes para homenagear aquele que chamam carinhosamente de “mestre” e “Senhor Gervásio”.

Na bagagem, muitos episódios que fazem parte da história do Brasil e do mundo. A maioria em registros de imagens.Gervásio Baptista registrou momentos da Revolução Cubana, em 1959, fotografou os líderes Fidel Castro e Che Guevara.

EBC

Funcionário da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) até se aposentar, também acompanhou a Revolução dos Cravos, em Portugal, em 1974. Foi ao Vietnã, nos anos de 1970, para registrar a guerra que até hoje é registrada pelo cinema norte-americano como uma das maiores batalhas do século XX.

É de Gervásio a foto do ex-presidente Juscelino Kubitschek acenando com a cartola para o povo na inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960. Na ditadura, foi preso e, em uma das ocasiões, dividiu a cela com o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (avô do ex-governador Eduardo Campos, ambos mortos).

Fotógrafo oficial de Tancredo Neves, Gervásio fez com exclusividade, a clássica e última foto do presidente, acompanhado da equipe médica do Hospital de Base do Distrito Federal, em que ele aparece sentado de pijama e roupão.

Nada escapava à câmera dele, muito menos bastidores, assim registrou raridades de Getúlio Vargas, Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso até o começo dos anos 2000, Luiz Inácio Lula da Silva.

Foram sete copas do mundo e 16 concursos de miss universo, quando as moças com corpos perfeitos e vestidos recatados paravam o país e as autoridades para acompanhar quem seria a eleita.

Agência Brasil