Ancine limita divulgação de filmes nacionais e provoca reação nas redes sociais

A decisão da Agência Nacional do Cinema (Ancine) de retirar do site da Instituição uma sessão fixa que trazia informações sobre novas produções cinematográficas brasileiras repercutiu mal, não só entre profissionais da área, mas também entre o público em geral.

A mudança veio acompanhada da informação de que agência a também não expõe mais em sua sede cartazes de filmes nacionais e gerou uma movimentação nas redes sociais com as hashtags #ocinemabrasileiroemcartaz #Ancinesemfilmeesemcartaz.

Até a noite desta quarta-feira (4) milhares de interações com as expressões foram registradas, entre manifestações de artistas, diretores, realizadores e espectadores.

Apagamento

João Brant, ex-secretario executivo do Ministério da Cultura e um dos fundadores do coletivo Intervozes, afirma que a mudança é uma tentativa de apagamento da história do cinema nacional.

“Ninguém toma uma atitude dessas se não for para provocar efeitos simbólicos e concretos. Não tem nenhuma justificativa razoável para uma atitude como essa. Então nós precisamos ler a coisa pelo seu valor de fato, é um ataque a própria filmografia e ao histórico do cinema brasileiro.”

Por meio de nota, a Ancine afirmou ao Brasil de Fato que optou pela interrupção das ações de divulgação baseada nos princípios da isonomia e impessoalidade.

O texto ressalta que como agência reguladora o órgão precisa tratar todos os entes regulados da mesma forma e que se houver divulgação de cartazes de filmes, será necessário divulgar os cartazes de todas as produções, sem exceção. A agência não informa, no entanto, se houve reclamações por parte de profissionais ou produtoras a esse respeito.

 

Brasil de Fato