Agentes do Ceduc entram com representação contra o Governo no MP

Os Agentes Socioeducacionais do Ceduc de Mossoró entraram com representação no Ministério Público (MPRN) contra o Governo do Estado devido às más condições estruturais da unidade e de trabalho, além do atraso nos salários. Entre os problemas denunciados pelos agentes estão o acúmulo de lixo no interior do Ceduc e focos de mosquito em uma piscina abandonada.

“O mato está tão alto que os adolescentes podem, facilmente, se esconder. Também temos um sério problema com a iluminação em muitos pontos, com lâmpadas quebradas há meses e ainda muitos pontos cegos no sistema de vigilância. Por todas essas questões, somado ao atraso do salário, procuramos o MP na segunda-feira”, conta o agente Fagner Hudson Fonseca.

Além do MPRN, os agentes conta que procuraram orientação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), pois consideravam deflagrar greve esta semana. Porém, os agentes afirmam que a paralisação foi suspensa para que a categoria possa negociar com o Governo do Estado sem prejudicar o serviço de segurança.

“Denunciamos tanto as questões estruturais como o desrespeito aos agentes de Mossoró, já que fomos os únicos a não receber. Os que trabalham em Natal receberam regularmente. Quando procuramos saber o motivo de não termos recebido o pagamento do mês de fevereiro, o Governo apenas nos informou que, se der, receberemos junto com o pagamento de março. Até, pagaremos juros”, disse Paulo Freitas.

Outra grave denúncia feita pelos agentes diz respeito à preparação para assumir o cargo de agentes socioeducativos. Eles contam que não passaram por nenhum curso sobre como lidar com menores infratores e não conheciam a estrutura do Ceduc até começar a trabalhar. Como preparação, lembram eles, tudo o que foi ofertado foram palestras.

“Realizamos um trabalho delicado. Precisaríamos de preparação para saber, por exemplo, como lidar com esses menores, como ajudar no processo de socioeducação. Nos jogaram aqui sem nem ao menos nos apresentar a estrutura do Ceduc. Tudo o que fizeram foram três palestras no MP, o que não é suficiente para preparar um agente socioeducativo”, afirma o agente Jonas Régis Neto.

Contactada, a diretora do Ceduc Mossoró afirmou que todas as providências para resolução dos problemas apontados estão sendo tomadas junto ao Governo do Estado. Em relação ao lixo acumulado no interior da unidade, ela declara que solicitou à Prefeitura Municipal de Mossoró que o serviço seja feito e aguarda resposta.

Questionado sobre a falta de coleta do lixo produzido no Ceduc Mossoró, o secretário municipal de Infraestrutura, Meio Ambiente, Urbanismo e Serviços Urbanos, Carlos Clay, afirma que a solicitação não foi feita pela unidade. Ele informa que a direção do Ceduc solicitou a remoção de vegetação, porém, por se tratar de um órgão do Governo do Estado, a pasta não teria a responsabilidade pelo serviço.

“Iremos verificar a situação da coleta de lixo no Ceduc para que, assim como é realizado no bairro Dom Jaime Câmara, naquela região, a unidade possa ter a coleta três vezes por semana”, informa o secretário.