Acusado de atirar em procurador e promotor no RN se entrega à polícia

O servidor público Guilherme Wanderley Lopes da Silva, acusado de protagonizar o ataque que deixou um procurador e um promotor feridos na sede do Ministério Público se entregou à Polícia, na manhã deste sábado (25).

Guilherme era procurado pela polícia desde o fim da manhã desta sexta-feira (24), quando atirou contra procurador-geral de Justiça adjunto, Jovino Sobrinho, e o promotor Wendell Beetoven. O acusado se entregou no  Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Natal.

O servidor entrou em uma sala de reunião onde estava o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, e seus auxiliares onde encaminhou o atentado.

Em entrevista coletiva Rinaldo Reis deu detalhes  do que ocorreu na sala “Guilherme se aproximou, colocou dois papéis na minha mesa e disse: ‘Isso é uma recompensa por tudo o que vocês fizeram’. Em seguida, ele puxou a arma e a tirou do coldre. Gritei para todos que ele estava armado e houve uma correria. Ele apontou o revólver em minha direção e atirou, mas errou”.

Na continuidade do ataque o servidor atingiu o promotor Wendell Beetoven com um tiro nas costas e em outra sala, atingiu o procurador-geral de Justiça adjunto, Jovino Sobrinho com dois tiros.

Rinaldo Reis destacou que não havia na ficha funcional de Guilherme Lopes nada que atingisse a conduta profissional do servidor ou que justifique o ataque .

“Não tenho a menor ideia do que tenha motivado o servidor a atentar contra nossas vidas. Ele é concursado, servidor efetivo e ainda exerce cargo comissionado no Ministério Púbico. Nunca houve constrangimento na parte administrativa, nunca houve processo disciplinar, nunca foi afastado das funções dele, não há registro de qualquer afastamento por problema psíquico. Era um servidor considerado por todos como normal”.

A primeira consequência direta ligada ao servidor foi registrada na manhã deste sábado. O Diário Oficial, publicou a exoneração de Guilherme “das funções do cargo de provimento em comissão de assessor jurídico ministerial dos serviços auxiliares de apoio administrativo do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, com efeitos a partir do dia 24”.

CARTA

Uma carta deixada pelo atirador momentos antes do ataque revelou que o procurador-geral de Justiça, o procurador-adjunto e o coordenador jurídico do Ministério Público do Rio Grande do Norte eram os alvos do servidor.

Na carta, que era digitada e impressa, Guilherme Lopes faz referência a atos administrativos da atual gestão do Ministério Público.

Rinaldo Reis destacou que Guilherme reclamava na carta de uma equiparação salarial entre assessores dentro do MP. Segundo o procurador-geral, o servidor não teve perda salarial com esse ato.