Acontecimentos nacionais interferem na política local

A mobilização promovida pelo PSDB para receber a filiação de empresários mossoroenses foi atingida por acontecimentos nacionais. No primeiro deles, o vazamento de possível delação premiada do senador Delcídio Amaral impediu a vinda de duas das maiores lideranças nacionais do partido, os senadores Aloysio Nunes, que foi candidato a vice-presidente da República na chapa de Aécio Neves, Tasso Jereissati, que já havia faltado em compromisso anterior e Cássio Cunha Lima. Ontem, a condução coercitiva do ex-presidente Lula da Silva ocupou todos os espaços dos noticiários locais e nacionais, faltando espaço para oferecer maior projeção ao encontro partidário. O evento foi realizado e contou com as presenças dos deputados federais Rogério Marinho e Antônio Imbassahy.

O senador Delcídio Amaral é considerado o homem que sabe demais. Por muito tempo tem frequentado os escaninhos do poder petista, com livre trânsito do Planalto, Alvorada, residência oficial de Dilma Rousseff, líder do governo no Senado, participou ou ajudou nas articulações com empresas estatais que estão sendo denunciadas em várias operações da polícia federal. Delcídio sentiu-se isolado pelos amigos do poder e resolveu revelar fatos que atingem proporções escandalosas, comprometendo a administração do PT desde o primeiro mandato de Lula. Esse tipo de vazamento costuma acontecer nos processos, mesmo que sejam considerados como em segredo de justiça.

Esses acontecimentos obscureceram a movimentação dos tucanos em Mossoró, mas não quer dizer que o processo tenha sido paralisado. Muitos se pronunciaram sobre candidaturas à sucessão do prefeito Francisco José, que não esconde seu projeto de concorrer à reeleição. Há quem duvide dessa possibilidade sob alegação que já foi reeleito não eleição suplementar. Mas, no direito, as opiniões não são obrigatoriamente convergentes. Amigos mais próximos ao prefeito avisam que ele tem uma série de jurisprudências que comprovam a possibilidade de ser candidato. Outros possuem inúmeros pareceres em contrário. Seu vice-prefeito, professor Luiz Carlos já se encontra em campanha, necessitando tão somente conquistar o apoio do seu próprio partido para oficializar seu projeto.

Pode ser cansativo, mas para não haver injustiças, outros nomes são tidos como candidatos a prefeito, como a ex-governadora Rosalba Ciarlini, Larissa Rosado, Josivan Batista, Fafá Rosado, além de candidato representando os partidos alternativos. Sebastião Couto, o Tião da Preste é mais um nome que surge nessa relação. Foi procurado por outras legendas que desejavam sua filiação, mas fez a opção pelo PSDB. Segundo ele, foi uma decisão pessoal, por se considera mais identificado com o partido. O tempo passa rápido e faltam menos de sete meses para a escolha do novo prefeito de Mossoró. Diferentemente de eleições anteriores, o vale tudo, ao que parece, não será tolerado pela justiça eleitoral.