A pergunta que não cala: o que acontecerá na política nacional, no mês de agosto próximo?

Artigo de Ney Lopes publicado no Diário do Poder, em Brasília, DF

Ney Lopes

Para quem acredita em superstição, causa temor o anuncio feito pelo deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, de que a votação em plenário do pedido de autorização para processar o Presidente Temer ocorrerá em 2 de agosto próximo.

Esse é um mês fatídico para a política brasileira e o mundo.

O mês de agosto é popularmente conhecido como o “mês do cachorro louco”.

A alcunha está ligada ao fato de o mês de agosto registrar uma maior quantidade de cadelas no período fértil (o que deixaria os machos “loucos” atrás delas)

No plano internacional, em agosto teve início a primeira grande guerra e ocorreu a ascensão de Hitler ao cargo de Fuhrer.

O oitavo mês dos calendários juliano e gregoriano tem sido trágico para o Brasil.

Foi neste mês que Getúlio Vargas se suicidou em 1954; Jânio Quadros renunciou em 1961; Juscelino Kubistchek morreu em acidente de carro em 1976 e Fernando Collor perdeu a presidência da República.

Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco e símbolo da esquerda no país, faleceu no mesmo dia do seu neto, governador Eduardo Campos, no dia 13 de agosto, em anos diferentes.

Em agosto ocorreram às primeiras denúncias políticas da Operação Lava Jato.

O Senado Federal aprovou o impeachment que afastou Dilma Rousseff, numa quarta feira, dia 31 de agosto de 2016.

Em agosto de 1954, na madrugada do dia 5, ao voltar para casa, na rua Tonelero, em Copacabana, o deputado Carlos Lacerda sofreu um atentado a tiros, que resultou na morte do major-aviador Rubens Vaz.

Tais fatos precipitaram o suicídio de Getúlio Vargas.

A pergunta que não cala: como será agosto de 2017?

Pelos precedentes, o mês significará mais um desafio para a política brasileira, que se acha mergulhada na maior crise de sua história.

Deus queira que sejam afastados do país novos tremores e abalos, que tantos males ocasionam à vida nacional.