A culpa é de quem?

Permitam-me chamar-lhe de Silveira, a forma que o conheci na adolescência e nome pelo qual foi chamado até ser candidato pela primeira vez, em 2000, quando mudou o nome para Francisco José Júnior e usava o slogan de campanha “em nome do pai”. Hoje mudou de nome mais uma vez e se chama apenas Francisco, talvez na tentativa de ser comparado ao Papa. Sempre gostou muito de promoção pessoal, as vezes tendo comportamento de quem se considerava acima dos demais. Foi assim ao longo dos mandatos de vereador, aumentando a dose quando presidiu a Câmara Municipal e extrapolando todos os limites como prefeito.
Em minha opinião, três coisas marcaram seu mandato como prefeito: falta de transparência, as inverdades e as decisões de rompante, sem planejamento. Os exemplos não faltam. Vide o exemplo dos camelôs, dos táxis de cidades vizinhas, as casas da favela do Wilson Rosado, o lixo, o adiantamento milionário dos royalties, terceirizadas e a novela do pagamento dos salários atrasados.
Ao romper com o prefeito Silveira, o vice-prefeito Luis Carlos disse que o prefeito era muito “centralizador”, “autoritário” e “pouco afeito à transparência”. Concordo com Luis. Por exemplo, desde 2015 tento ter acesso aos gastos da PMM com publicidade. O gasto detalhado. Quem recebeu quanto e por qual serviço. O Executivo entrou na Justiça para não mostrar os dados. Quer outro exemplo? O Portal da Transparência, hoje, 09 de setembro, não tem dados do ano de 2016. Quanto foi repassado às agências de publicidade? quanto foi repassado para construtoras? Para terceirizadas? Para a empresa do lixo? Quanto foi gasto com aluguel de carros? O prefeito passa por cima da Lei e nada acontece.
Como não há dados de 2016, vamos falar de 2015, ano em que o Executivo torrou R$ 5,5 milhões em propaganda, mesmo tendo deixado uma dívida milionária junto aos veículos de comunicação, existindo inclusive ameaça de que só receberiam os pagamentos se elogiassem o prefeito. Um abuso de autoridade e de vaidade sem precedentes. Pra onde foi essa dinheirama? Por que uns receberam muito e outros levaram calote?
Recentemente, a 1ª Dama do município fez um pronunciamento nas redes sociais do marido onde acusa o governador Robinson de tê-lo abandonado e de virar as costas para Mossoró. A 1ª Dama do Estado respondeu e disse que o eles deveriam entregar todos os cargos comissionados do Governo indicados pelo prefeito.
E por que não lembrar do Santuário de Santa Luzia, prometido pelo prefeito em 13 de dezembro de 2013, há três anos, no átrio da Catedral de Santa Luzia? Por último, trouxe um senhor pernambucano que doaria nada menos que R$ 15 milhões para a construção da santa. Até hoje, ninguém sabe, ninguém viu. Só mais uma enganação que rola há alguns ano.
Silveira é vítima dele mesmo. Não pode culpar ninguém. Recebeu uma espécie de MegaSena, ganhou de presente de amigos e do destino o cargo de prefeito da cidade de Mossoró. Logo se achou um enviado por Deus, uma liderança estadual e posou para muitas fotos como a nova força, maior do que fora Aluísio Alves, Dinarte Mariz ou, quem sabe, o novo Rodolfo Fernandes.

Sua campanha à reeleição começa a enfrentar baixas. Partidos e candidatos abandonam o prefeito e ele muito provavelmente vai terminar o mandato isolado, sozinho.
Jogou tudo fora pela incompetência e vaidade exagerada.