A Coluna Prestes – Wilson Bezerra de Moura

Diz a velha história que o terror ameaçava a região de Mossoró, o serviço telegráfico dos correios acabava de se comunicar com o presidente da Companhia de Polícia 2, na época coronel Sebastião Gurgel, que fora avisado de que uma coluna de revoltosos ameaçava as fronteiras do Ceará, vinda de Luiz Gomes, cidade limite com aquele estado.

A cidade começava a se esvaziar com a primeira partida do coronel Sebastião Gurgel para Natal, levando sua família, seguido depois do comerciante Antônio Firmo do Monte. A cidade ficou em ponto de alarme. Quem não teve condições de viajar para Natal procurou outro lugar nas imediações, outros se dirigiram para a vizinha cidade de Areia Branca, ante a ameaça de incursão dos revoltosos, advertido não só pela agência telegráfica e a imprensa mossoroense, que fizeram a cabeça dos patrícios para o risco previsto com a invasão comunista, segundo notícia veiculada em O Mossoroense, edição de fevereiro de 1926.

A Igreja não ficou à parte da movimentação. O padre Luiz Mota, num dado instante de uma celebração eucarística, após ler e comentar o Evangelho, aproveitou alguns instantes para concitar o povo a não abandonar a cidade e se unir em defesa da mesma. Todos, jovens principalmente, deveriam se juntar às autoridades para defendê-la da invasão dos revoltosos. O apelo do Padre Mota serviu para uns, enquanto outros deixaram se levar ao desespero, como foi o caso do bairro Paredões, onde os moradores dominaram-se pelo terror, levando pânico a toda a cidade.

Afinal de contas, num determinado momento circulou a notícia de que os revoltosos, após invadir Icó, no Ceará, partiram para a cidade de Luiz Gomes, ali acamparam, não chegando à região mossoroense, que a essa altura parte do povo, segundo informes telegráficos do senhor José de Castro, que informou que a cidade invadida, Luiz Gomes, estava guarnecida por forte esquema de jovens unidos em sua defesa e que dali o grupo se extinguiu.